quarta-feira, 12 de abril de 2017
O DILÚVIO
abril 12, 2017
|
Crise
mundial nos dias de Noé
O
pecado traz consequências naturais e castigos divinos. Foi assim na
época de Noé. A depravação humana provocou a ira divina que se
derramou como água sobre a terra. Foi uma crise de grandes
proporções causada pelo pecado, mas realizada por Deus.
Noé
foi avisado, mas o que ele poderia fazer? Orar para que o dilúvio
fosse cancelado? Expulsar os demónios das tempestades? Não era o
caso. Há tempo de orar, tempo de expulsar o mal, mas precisamos
reconhecer que algumas crises são determinadas por Deus e só
terminam quando o seu propósito estiver concluído. O dilúvio seria
um meio necessário para a purificação da terra. Crises
podem ser purificadoras.
Podemos
ser melhores depois que elas passarem.
É o que acontece nos processos de limpeza, reforma e restauração.
Noé
não poderia impedir o dilúvio, mas preparar-se. Sendo um servo de
Deus, o seu modo de vida era uma preparação constante para tudo o
que o futuro lhe trouxesse. Ele vivia sintonizado com o céu. Noé
andava com Deus (Génesis
6.9).
Então, o mal não lhe surpreenderia. Noé ouviu a perfeita previsão
do tempo: “Vai chover, e muito”. Quem não estava ligado em Deus,
seria candidato à destruição.
O
dilúvio veio para destruir os pecadores e Noé era um deles. Por quê
então ele escapou? Por causa da sua fé e obediência, pelas quais
alcançou a graça e a misericórdia de Deus.
Temos
nesta história três elementos importantes: o saber, o crer e o
obedecer. Noé sabia que o dilúvio viria. É possível que milhares
de pessoas também tenham tomado conhecimento. Entretanto, Noé cria
Nele e enquanto muitos eram incrédulos. A fé, porém, não é um
fim em si mesma. Crer sem obedecer é como receber uma prescrição
médica, acreditar nela, mas não a cumprir. Não terá qualquer
valor. Noé obedeceu a Deus ao construir a arca. Seria uma realização
difícil. Geralmente estamos dispostos a fazer apenas o que é fácil.
O
dilúvio foi uma grande tribulação para Noé, mas para os ímpios
foi a destruição total. Eis a diferença entre quem serve a Deus e
quem não serve. Da mesma forma, passamos por crises, mas não somos
destruídos por elas. O dilúvio trouxe muito trabalho e transtorno
para Noé. Ele não ficou indiferente ao cataclismo mundial. Ele não
poderia dizer: “Ficarei em casa a orar até que o dilúvio passe”.
Construir
aquele barco gigantesco daria muito trabalho, mas Noé deveria
fazê-lo. Deus não construiria a arca. Podemos orar, mas precisamos
trabalhar. Deus não fará tudo por nós, mas nos dará instrução e
sabedoria. Devemos trabalhar antes, durante e após as crises, a
fazer o que estiver ao nosso alcance para superá-las.
Entrar
na arca com a sua família foi também um facto fundamental na
história de Noé. Tudo o que aconteceu antes foi uma preparação,
mas entrar na arca foi a decisão final, com todas as suas
implicações. Era sobretudo, mais um acto de fé. Ainda não estava
a chover, mas Deus mandou entrar na arca. Não fazia sentido. Talvez
tenha sido um espectáculo para o povo (no sentido pejorativo). Assim
são as nossas atitudes, decisões e acções em obediência ao
Senhor, embora a realidade pareça contrária. Não adianta viver a
preparar, mas não entrar, viver a começar, mas não acabar. (Viver
a namorar, mas não casar).
Entrar
na arca seria a salvação de Noé, mas representava também renúncia
e perda. Não era possível levar a bordo todos os pertences, a casa,
todos os parentes e amigos. Aliás, algumas amizades encerravam-se
com o fechar da porta. As nossas decisões em obediência a Deus
exigem renúncia e aparente perda. Entretanto, depois do dilúvio,
Noé teria toda a terra à sua disposição.
As
águas subiram e a arca subiu também. Noé e a sua família ficaram
protegidos. O Senhor guarda os que são seus, mas a condição para
isso é a obediência.
Noé
ficou dentro da arca durante 1 ano (Génesis
7.11; 8.13).
A sua salvação e da sua família dependeriam também de paciência
e perseverança. Eles não podiam sair do lugar onde Deus mandou que
ficassem, mas, ao mesmo tempo, a embarcação era dirigida por Deus
para o local onde deveria pousar. Nós também precisamos permanecer
na igreja, no lar, onde o Senhor nos colocou.
Deus
falava com Noé, mas nem tudo lhe foi dito. Noé não sabia quanto
tempo duraria o dilúvio ou o local onde a arca iria parar. Nessas
questões, ele deveria apenas descansar, ao confiar na fidelidade e
no amor de Deus. Há tantas coisas que não sabemos, mas devemos
confiar em Deus e no seu cuidado para connosco.
Estar
na arca não devia ser algo muito confortável, com todos aqueles
animais e barulho e, eventualmente, mau cheiro, mas lá fora seria
pior. O impaciente poderia dizer que aquele lugar era uma prisão,
que a sua liberdade estava a ser tirada, mas existe o tempo certo de
ir além.
Noé
precisou esperar muito. A história do dilúvio em Génesis
(6 a 8)
está repleta de informações relativas ao tempo. Vemos ali o
cronograma de Deus e não do homem. Não foi Noé quem determinou
datas e horários, mas Deus. Ele está no controle. A nossa
tribulação não durará nem um dia além do prazo determinado pelo
Senhor, desde que estejamos a cumprir a nossa parte.
Noé
soltou o corvo e a pomba como tentativas de obter alguma informação
por meios naturais (Génesis
8.6, 8, 12).
Ele queria situar-se, orientar-se, mas aquelas acções não lhe
serviram como subsídio
para as suas decisões. Finalmente veio a ele a palavra do Senhor
dizendo: “Noé,
saí da arca”
(Génesis
8.15).
Queremos dominar e interferir em muitas situações, mas devemos
reconhecer que o Senhor está no controle. Oremos para que ele nos
oriente.
Quando
a água baixou, a arca pousou sobre uma montanha. Provavelmente,
durante a sua construção, os que assistiam devem ter perguntado
onde Noé conseguiria água para navegar. A arca não apenas navegou,
mas foi para em cima do monte. Deus faz muito mais do que pedimos ou
pensamos. Ele ultrapassa todos os limites da nossa imaginação, ao
poder-nos colocar em lugares altos, conforme o seu eterno propósito.
A
família de Noé foi salva porque, em primeiro lugar, ele era um
servo de Deus. Se formos fiéis ao Senhor, seremos motivo de bênçãos
para os nossos familiares, embora cada um também precise ter a sua
experiência com Deus.
A
família é uma das prioridades do cristão. Devemos tomar cuidado
com empreendimentos que possam destruir a família, o casamento e os
filhos.
Noé
ficou marcado na Bíblia pelas suas virtudes, embora não fosse
infalível. Com ele aprendemos sobre fé, justiça, obediência e
paciência. É com virtude e trabalho que se vence a crise. Nós
venceremos da mesma forma, em nome de Jesus, com a ajuda de Deus.
Depois
do dilúvio, o Senhor fez uma aliança com Noé. Por quê não fez
antes? Porque Noé precisava passar pelo dilúvio e ser aprovado
naquela crise. Começaria então uma nova vida. Nós estamos a passar
por uma crise? Não nos vamos desesperar. Vamos confiar em Deus.
Depois da chuva, viveremos um novo tempo na presença do Senhor.
Marcas do Dilúvio - I
A
vida na Terra deve ter sido muito difícil para Adão e os seus
primeiros descendentes. Ela estava cheia de iniquidade, morte e
tentação. Então Deus falou a Noé que ele deveria construir uma
arca para salvar o salvar e à sua família da destruição do
dilúvio.
Esta
fantástica história tem raízes em todo o lugar, mas principalmente
na Mesopotâmia, já que a Bíblia fala que o Éden ficava por ali,
pois Génesis 2:14 faz menção da localização do Éden e diz que
saía um rio do mesmo e este dividia-se em quatro braços: Pisom,
Giom (ambos ainda não encontrados até hoje), Tigre e o Eufrates,
que hoje localizam-se no Iraque, e que antigamente era a Mesopotâmia,
tanto que o nome Mesopotâmia, a junção de meso+potamos, significa
“entre rios”, entre os rios Tigre e Eufrates.
Em
várias partes da Mesopotâmia, encontram-se diferentes histórias,
do mesmo tema, o dilúvio. Segundo o Doutor e Pastor
Rodrigo Silva,
no seu livro Escavando
a verdade,
ele diz que é uma “mesma lógica usada em relação à
historicidade de Adão, ou seja, que esses documentos reflectem um
episódio que realmente ocorreu no passado da humanidade.” Werner
Keller
tem a certeza e fala no seu livro “E
a Bíblia Tinha Razão”
que não é só na Mesopotâmia que encontramos relatos do dilúvio,
na Grécia, Austrália, Índia, Polinésia, Tibete, Caxemira, e em
muitas outras civilizações. Serão todas mitos, lendas, produtos da
imaginação? É bem provável que elas reflictam a mesma catástrofe
universal.
Uma
das descobertas arqueológicas que podem comprovar o dilúvio foi
descoberta por um arqueólogo britânico chamado Leonard
Woolley,
num sítio de Ur. Ele estava à procura de túmulos reais, quando
resolveu cavar cinco metros a mais, abaixo de um pavimento de tijolos
e encontraram uma camada de limo do dilúvio (limo é uma espécie de
lodo/lama). Escavaram e descobriram restos de uma antiga Ur que
existiu antes do dilúvio. Retiraram do solo cacos de jarros de barro
que eles podiam datar com segurança, 2700 a.C.
Por
meios de sondagens pode-se estabelecer a extensão total da enorme
inundação. Ela cobriu, ao nordeste do golfo pérsico, uma extensão
total de 630 km de comprimento por 165 km de largura. Visto nos mapas
actuais, foi apenas um acontecimento local, mas para a época, aquele
era todo o seu mundo. E, pela idade das camadas pode-se calcular uma
estimativa para este acontecimento. Ocorreu por volta de 4000 a.C.
segundo Werner
Keller.
Num
dos seus artigos, Luiz
Gustavo de Assis
diz que “a semelhança dos muitos relatos sobre o dilúvio ao redor
do mundo com a versão bíblica é impressionante. Em ambos os
relatos os personagens principais são avisados por uma divindade que
uma grande destruição estava prestes a vir e que um barco deveria
ser construído para a sua protecção. Esse facto revela que os
judeus não inventaram tais histórias. Embora as partes da
biblioteca real sejam do sétimo século a.C., o texto é muito
antigo. Alguns sugerem que os escritores hebreus simplesmente
copiaram estas histórias e as baptizaram com uma roupagem
monoteísta. Todavia, a presença de narrativas semelhantes a estas
em culturas tão diversas ao redor do mundo, nos sugerem que o mesmo
evento foi a fonte para tais relatos (vejamos mais no artigo
“Escavando
a Verdade”).
Ele também cita que “por vários anos, acreditou-se que as
histórias da criação e do dilúvio universal eram lendas apenas
dos judeus. Porém, escavações nas ruínas de Nínive, antiga
capital do Império Assírio, apresentaram ao mundo os documentos da
biblioteca real de Assurbanipal II, que viveu no sétimo século a.C.
Duas epopeias importantes na literatura do Antigo Oriente Médio
foram encontradas nos seus registos. São elas: Enuma Elish, um
relato sobre a criação, e Gilgamesh, uma versão do dilúvio.”
É
interessante notar, como as pesquisas tem comprovado o dilúvio. No
livro História
da Vida,
nas páginas 144, 145 e 146, o jornalista Michelson
Borges
faz menção do avistamento do que sobrou da arca no monte Ararat
(Turquia) por aviadores russos em 1917. Essa notícia foi publicada
pelos principais jornais do mundo em 1923. As descobertas foram
entregues ao Czar. Mas dias depois do czar ter recebido os relatórios
e as fotos, o governo russo foi derrubado pela Revolução
Bolchevista. Em 1883, o governo turco enviou uma expedição ao monte
para vistoriar os danos causados por um terramoto. O grupo relatou a
descoberta da parte frontal de uma barca antiga a 4.200 metros, na
montanha. Tiraram medidas, entraram na arca e relataram ter visto
estábulos e jaulas na embarcação, mas não houve muita repercussão
na época devido ao sucesso da teoria evolucionista de Darwin.
Finalizamos
este texto com a declaração de um geólogo adventista, relatada no
livro História da Vida, de Michelson Borges: “Provavelmente, a
maior descoberta arqueológica de todos os tempos – a arca de Noé
– esteja a ser preservada providencialmente para, no momento certo,
ser revelada ao mundo, como um monumento, a prestar silenciosamente a
sua homenagem ao Criador e Mantenedor da vida, o mesmo Deus que
amorosamente deseja implantar no nosso ser a Sua própria imagem,
para que possamos habitar eternamente na Sua companhia, no Novo Céu
e na Nova Terra, finalmente restaurados.” [Dr. Nahor Neves Souza].
Wesley
Alfredo G. de Arruda é
um estudante fascinado por Arqueologia e também pela Bíblia.
Visitou diversos sítios arqueológicos no mundo como na Jordânia
(Numeira e Bab Edh-ra) e no Egipto (Saqqara, Giza). Também foi
colaborador de um projeto de pesquisa israelense, o Temple Mount
Sifting Project, localizado em Jerusalém.
Marcas do Dilúvio - II
Para
continuar o artigo anterior Marcas do Dilúvio – I gostaria de,
nesse artigo tirar as dúvidas de muitos que acreditam que o dilúvio
foi um acontecimento local como até eu mesmo sugeri no primeiro
artigo da série “Marcas do Dilúvio”, e também deduzir: Existem
relatos não Bíblicos do Dilúvio? E se existe não seria o relato
diluviano do Génesis apenas um plágio do que outros escreveram?
Tentarei explicar de forma mais clara e precisa tudo isso e muito
mais neste segundo artigo.
Dilúvio:
Acontecimento Local?
No
livro cujo nome é “Origins”, de Ariel A. Roth, existia um trecho
a falar sobre o dilúvio que é capaz de nos deixar boquiabertos. O
texto fala sobre a possibilidade do dilúvio ter sido um facto local,
como até havia sugerido no primeiro artigo da série Marcas do
Dilúvio. Mas como o texto dizia que “se o dilúvio fosse realmente
um facto local, poderíamos com certeza dizer que Deus não existe,
pois dilúvios locais são realmente comuns em diversas partes do
mundo, então se ele disse que não mandaria outro dilúvio, ele
seria um grande mentiroso.”
Relatos
não Bíblicos sobre o Dilúvio?
A
mais antiga versão do Dilúvio que conhecemos vem de uma parte
bastante danificada que conta a história de um certo herói chamado
Ziusudra.
Infelizmente mais de 80% do texto encontra-se perdido e, como
resultado, a maior parte da história é obscura e difícil de ser
resgatada. Apenas umas poucas passagens podem ser lidas com certo
grau de certeza e, pelo que sabemos, trata-se do relato de uma imensa
inundação que há tempos abateu sobre o planeta Terra, mas Ziusudra
conseguiu sobreviver a ela.
Outras
versões, no entanto, estão bem mais preservadas que esse épico e o
seu achado ajudou bastante na reconstrução dos antigos relatos
sumeríanos acerca do Dilúvio. O mais completo e bem conhecido é o
“épico
de Gilgamesh”.
Ele foi encontrado por Hormuzd
Rassam
que substituiu o pioneiro Henry
Layard
nas escavações de Nínive, em 1852.
Após
dois anos de árduo trabalho desenterrando os alicerces do palácio
de Assurbanipal, Rassam foi recompensado com o achado da biblioteca
real, a qual continha mais de 30 mil partes de argila reunindo o
conhecimento milenar de povos do Tigre e Eufrates. Embora os
documentos fossem datados do 7º século a.C. ficou claro que muitos
deles (inclusive o épico de Gilgamesh) eram cópias de materiais
muito mais antigos que remontavam a uma tradição do segundo milénio
antes de Cristo.
Mas
como saber que o Dilúvio não é uma cópia destes e muitos outros
relatos de um dilúvio universal não Bíblicos?
A
história é longa e o que nos interessa está na parte n.º 11 da
colecção. Ela diz que Gilgamesh tinha um amigo chamado Utnapishtim
que ganhara a imortalidade e, semelhante ao Noé bíblico, conseguiu
sobreviver às águas do Dilúvio. Ele havia sido previamente avisado
pelo deus Ea (senhor das águas e criador da humanidade) que uma
imensa inundação se abateria sobre os homens. Assim, caso quisesse
se salvar, Utnapishtim deveria construir uma embarcação de madeira
e piche, capaz de carregar a semente da vida de cada espécie.
Finalmente,
o barco ficou pronto e Utnapishtim, munido de todos os seus tesouros,
entrou a bordo do barco com a sua família, os seus artesãos e os
animais que havia recolhido. Então fechou a porta e aguardou.
Finalmente, uma torrencial tempestade caiu sobre a Terra durando seis
dias sem parar. O desastre foi tão imenso que até os deuses ficaram
assustados e fugiram para os lugares mais altos dos céus que ficavam
na montanha celeste de Anu.
Eles se encolhiam como cães assustados.
No
sétimo dia após o início da tempestade, o barco encalhou no topo
do monte Nissir (no Curdistão) e ali permaneceu por mais seis dias.
No sétimo dia, Utnapishtim solta uma pomba para ver se as águas
haviam baixado, mas ela retornou, pois não havia encontrado terra
firme.
Seguro
de que as águas haviam baixado, Utnapishtim saiu da arca com os
animais e os seus companheiros e, imediatamente, ofereceu um cordeiro
aos deuses que respiraram a fumaça do sacrifício e mostraram-se
satisfeitos.
Como
podemos perceber, existe um facto que passa despercebido: O épico é
puramente politeísta enquanto o relato Bíblico é totalmente
monoteísta, portanto o que podemos supor é que o relato Bíblico do
Dilúvio não é uma cópia, e sim uma correcção destes muitos
relatos fora da Bíblia que falam de um dilúvio universal.
Marcas do Dilúvio - III
Vamos
dar continuidade ao nosso estudos sobre a veracidade ou não de um
Dilúvio Universal conforme é relatado na Bíblia.
COMPARANDO
OS NOMES
Mais
interessante que a comparação dos números é a equiparação
fonética entre os patriarcas bíblicos e os nomes que aparecem nas
listagens mesopotâmicas. Vamos nos referenciar em duas listas (uma
cuneiforme e outra de Beroso) e compará-las com o texto Bíblico. A
correspondência genealógica entre elas não será, é claro,
absolutamente exacta. Pois, a semelhança entre alguns nomes é
incrível!
Antes,
porém, é importante mencionar que os nomes próprios geralmente
provêm de raízes etimológicas que são adaptadas a um idioma
derivado ou a um acento regional que os modifica. O nome Jesus
que na região sul é pronunciado com um “e” mais fechado
torna-se, no nordeste Jésus
(com ênfase no “e” bem mais aberto). Os americanos já
pronunciam de maneira ainda mais diferenciada. Eles dizem algo como
Jzeezâz
com um alongamento do “e” e uma típica marcação da última
vogal “u” pronunciada como se fosse um “a”. Mas, em qualquer
um desses três casos, a grafia permaneceu inalterada. Todos escrevem
“Jesus”.
Noutros
casos, a adaptação do nome pode propor uma variação maior de
letras ou de formato. Temos como exemplo o nome brasileiro “Vagner”
que é uma pequena alteração – apenas na letra “V” – do
alemão “Wagner” que quer dizer “construtor de vagões”. Para
os ingleses a alteração foi um pouco maior, “Waggoner”, embora
a base fonética tenha permanecido a mesma.
Nas
línguas antigas o fenómeno linguístico era o mesmo. O deus-sol,
por exemplo, recebia no antigo tronco semita o nome de Shamash.
Mas o acentuado sotaque hebraico fez com que o Antigo Testamento o
vertesse para Shemesh
como podemos encontrar em Jeremias 43:13. No idioma ugarítico a
mudança foi ainda maior, que a sua vocalização passou a ser
Shapsh.
Isso esclarece a afirmação de que Adam e Adapa podem ser variações
do nome de Adão.
Munidos
destas informações vejamos o paralelismo linguístico entre as
listagens sumeriana, de Beroso e da Bíblia:
É
claro que, como já foi dito, nem todos os nomes de patriarcas
bíblicos possuem uma correspondência clara para longe de qualquer
questionamento. Mesmo os especialistas mais renomeados debatem entre
si quanto à grafia e a correlação exacta entre alguns nomes. Para
alguns, Alarapus teria se corrompido e transformado em Abel. Para
outros, seria um correspondente de Sete ou até mesmo Adão.
Porém
a respeito de algumas divergências, é reconhecido no mundo
académico que alguns pares de nomes possuem uma correspondência
muito interessante que não pode ser ignorada, vejamos alguns casos:
1.
AMELON,
o terceiro nome que da lista de Beroso, é claramente derivado de
Enmenluanna – coincidentemente, o terceiro também da lista
cuneiforme. Ambas as formas parecem vir da raiz amelu,
que significa “homem” em acadiano. Ora, na lista genealógica de
Adão (Génesis
5:6)
o terceiro nome que aparece é o de Enos (no hebraico enosh), que
também significa “homem”.
2.
AMMENON,
que não parece possuir correspondente na lista cuneiforme, vem
provavelmente do acadiano ummanu
que quer dizer “artífice”. Cainan (cuja abreviatura seria Caim)
também significa “artífice” ou “aquele que trabalha com
metais” – uma óbvia relação temática com o acadiano. Quanto à
falta de correspondente entre esse termo e a lista cuneiforme,
devemos nos lembrar que a genealogia de Cristo apresentada por Lucas
também acrescenta nomes que não aparecem em Génesis
5
ou 1
Crónicas 1:1-4.
Abreviações e omissões voluntárias de alguns nomes não são
impossíveis de ocorrer no trabalho do escriba.
Onde
ela está?
“Faze
para ti uma arca de madeira de gofer: farás compartimentos na arca,
e a revestirás de betume por dentro e por fora.
Desta
maneira a farás: o comprimento da arca será de trezentos côvados
[133 ou 155 metros], a sua largura de cinquenta [22 ou 26 metros] e a
sua altura de trinta [13 ou 15 metros].
Farás
na arca uma janela e lhe darás um côvado [cerca de 50 centímetros]
de altura; e a porta da arca porás no seu lado; fá-la-ás com
andares, baixo, segundo e terceiro.” Génesis
6.14-16.
A
variação dos tamanhos deve-se ao facto de não se saber se a medida
era em côvado mesopotâmico ou egípcio (da época de Moisés). De
qualquer modo, 1 côvado corresponde a distância entre o cotovelo e
a ponta do dedo médio.
“No
sétimo mês, no dia dezassete do mês, repousou a arca sobre os
montes de Ararat. E as águas foram minguando até o décimo mês; no
décimo mês, no primeiro dia do mês, apareceram os cumes dos
montes.” Génesis
8.4-5.
O
relato bíblico original descreve que a arca repousou sobre as
“montanhas de RRT”, que em hebraico é o antigo reino de Urartu
(leste da actual Turquia e norte do Irão), região da antiga
Arménia, mais tarde traduzido para Ararat como é conhecido até
hoje. Como este nome foi herdado do antigo reino, não se pode
afirmar com certeza que “montanhas de RRT” sejam a cadeia formada
pelos dois montes que formam o Ararat, pois a região é recheada de
montanhas altas. Aliás, o nome Ararat foi atribuído no ano de 1105.
Muitos
têm ido ao famoso monte mas nada encontram além de uma grande rocha
coberta pela neve que acreditam ser a arca fossilizada. Arqueólogos
e aventureiros fazem excursões ao Ararat nos meses de Agosto e
Setembro (época de verão na Turquia), quando a neve derrete, na
esperança de colherem dados sobre o objecto com fotos e filmagens.
Uma
outra história surgiu a partir de uma foto aérea em 1959, onde
mostra uma formação rochosa em formato de navio, levando o governo
da Turquia a aceitá-la como a verdadeira Arca estabelecendo em
20/6/1987 o Parque Nacional da Arca de Noé.
Graciosos detalhes da arca de Noé
abril 12, 2017
|
Vamos
fazer um passeio pelos dias de Noé? A Bíblia diz-nos que aquela foi
uma época de corrupção, onde os homens não ouviam e obedeciam a
Deus, antes estavam sem lei nos seus corações, a praticar maldades.
Apenas Noé e a sua família agradou ao Senhor, pelo que foram salvos
do dilúvio que haveria de vir. Por toda essa descrição, creio que
não precisaremos voltar no tempo ou considerar a narração de
Génesis para conhecer “os dias de Noé”. Eis-nos aqui a viver
tempos difíceis e igualmente assombrosos em corrupção. Só não
haverá mais dilúvios sobre a terra, essa é uma promessa nascida da
aliança entre Deus e Noé (Génesis
9:11-13).
Mas
o que nós diríamos se descobríssemos haver uma Arca e um Noé nos
dias actuais, a convidar pessoas para serem salvas da destruição?
Nós iríamos até lá ou ignoraríamos o convite? Nos dias de Noé,
haviam multidões na terra, apenas oito pessoas acreditaram na
Salvação apregoada antes do dilúvio (1Pedro
3.20).
Esse assunto pode não ser novidade, afinal até as crianças
conhecem a história da arca. De Noé até nós, de convite em
convite, vamos molhando os pés na água a caminho da arca que nos
espera. Ela ficou fabulosa, segura, perfeita, cem anos de trabalho
com a madeira e outros instrumentos, foi preciso paciência,
dedicação e fé.
Não
sei se já reparamos em alguns detalhes graciosos da arca feita por
Noé, acredito que eles dizem do amor de Deus para connosco: a janela
no andar de cima, a porta única e o betume que revestiu a madeira da
arca, por dentro e por fora, tudo é tão harmonioso! “Faze
para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e
a betumarás por dentro e por fora com betume. E desta maneira a
farás: De trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinquenta
côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura. Farás na
arca uma janela, e de um côvado a acabarás em cima; e a porta da
arca porás ao seu lado; far-lhe-ás andares, baixo, segundo e
terceiro.”
Génesis
6:14-16.
A
Janela
A
Arca tinha 438 metros de comprimento, 73 pés de largura e 44 pés de
altura. Há estimativas de que o volume da arca tinha capacidade para
abrigar cerca de 125 mil ovelhas de grande porte. Era um lugar
espaçoso, onde toda a comunicação com o exterior acontecia via
janela do tamanho de um côvado, ou seja, do braço de um homem. Foi
por essa janela que Noé soltou o corvo e a pomba para verificar se
as águas haviam escoado completamente da superfície terrestre. Uma
janela no alto da arca, ao abri-la podia ver-se o céu apenas, dia e
noite. Mesmo quando ela permanecia fechada, de dentro da arca,
tinha-se a certeza de que ela era um referencial sobre o tempo e a
direcção. O braço de Noé na janela dava conta das condições
climáticas, porém e devido às limitações, ele dependia do abrir
da porta para sair, e esse acontecimento, dependia do certificado do
tempo, vindo da janela.
“E
aconteceu que ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela da arca
que tinha feito. E soltou uma pomba, para ver se as águas tinham
minguado de sobre a face da terra. A pomba, porém, não achou
repouso para a planta do seu pé, e voltou a ele para a arca; porque
as águas estavam sobre a face de toda a terra; e ele estendeu a sua
mão, e tomou-a, e recolheu-a consigo na arca. E esperou ainda outros
sete dias, e tornou a enviar a pomba fora da arca. E a pomba voltou a
ele à tarde; e eis, arrancada, uma folha de oliveira no seu bico; e
conheceu Noé que as águas tinham minguado de sobre a terra.
Génesis 8:6-11.
A
porta e a janela
“Então,
depois que todos entraram na arca, o Senhor fechou a porta for fora”
Génesis
7:16
Que
verso fantástico! A arca estava sob os cuidados de Deus, Ele
guardava a todos para que nada de mal lhes acontecesse durante a
inundação. E se Deus fechou a porta por fora e os únicos
sobreviventes estavam do lado de dentro, somente Ele poderia abrir!
Aquilo que cabe ao homem agir, Deus dá liberdade para que o faça. A
Noé coube colocar o braço diversas vezes fora da janela para
observar o tempo, coube olhar para o céu em oração, em gratidão,
em louvor. Mas, somente Deus poderia abrir e fechar a Arca. Ele não
disse a Noé: “Acabou o temporal, a terra está seca, podem sair.
Não, Ele atribuiu a Noé e à sua família a ação de olhar
constantemente pela janela e perceber o mundo através dela.
“Então
falou Deus a Noé dizendo: Sai da arca, tu com tua mulher, e teus
filhos e as mulheres de teus filhos. Todo o animal que está contigo,
de toda a carne, de ave, e de gado, e de todo o réptil que se
arrasta sobre a terra, traze fora contigo; e povoem abundantemente a
terra e frutifiquem, e se multipliquem sobre a terra. Então saiu
Noé, e seus filhos, e sua mulher, e as mulheres de seus filhos com
ele.”
Génesis 8:15-18.
Podemos
perceber algo aqui? Por que Deus deixou que Noé colocasse o braço
fora da janela para enviar corvos e pombas para ver o tempo, se Ele
poderia simplesmente dizer: “Não sai agora Noé, ainda tem água,
fica quietinho, quando tudo tiver seco, falo contigo, abro a porta?!”
Ora, eis uma lição sobre não espiritualizar todos os factos da
nossa vida. Deus deu-nos liberdade para escolher, Ele nos concede uma
vida quotidiana, temos nomes e sobrenomes, preferências, profissões,
amigos. Ser um salvo, filho de Deus, não implica ter “poderes
sobrenaturais”, implica viver com Cristo, a atravessar dilúvios,
inclusive, mas não abandonando a fé, a visão do céu que chega
pela janela. Aquilo que está ao nosso alcance fazer, façamos. Não
esperemos que Deus faça por nós o que Ele nos deu capacidade e
direcção para fazer.
O
betume
“Então
disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha
face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei
com a terra. Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás
compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com
betume.” Génesis
6.13-14.
Betumar
no hebraico do Antigo Testamento significa “cobrir, proteger” é
a mesma palavra usada quando se refere a “expiação, perdão,
reconciliação” – “kaphar” (Êxodo
29:36).
Assim, podemos comparar o acto de betumar a arca com o de expiar,
proteger, cobrir. Na arca, Noé e a sua família estavam a receber
tudo isso de Deus. Sobre essas coisas, também se fala de Jesus
Cristo: “Em
quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o
evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes
selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor da
nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor
da sua glória.”
Efésios
1:13-14.
Uma
arca betumada é como um homem selado com o Espírito Santo de Deus,
protegido pelo sangue de Jesus Cristo.
“E
a arca andava sobre as águas do dilúvio e as águas, não
prevaleciam contra ela” Génesis
7:18.
Outras
considerações:
Noé
foi um mensageiro das Boas Novas do Reino de Deus para a sua época e
também para as gerações futuras. O seu nome significa “descanso”
um nome dado por profecia dos seus pais: “Deu-lhe
o nome de Noé e disse: “Ele nos aliviará do nosso trabalho e do
sofrimento de nossas mãos, causados pela terra que o Senhor
amaldiçoou”.
Génesis
5:29.
Educado segundo os princípios de Deus com o objectivo de
proporcionar descanso à família, cumpre a sua missão ao crescer em
obediência e fé para com Deus.
Noé
trabalhou 100 anos na construção da arca e não é dito que tenha
contratado muitos servos ou ficado aborrecido com Deus pela descrença
das pessoas e demora da conclusão da obra. Porém, todos os méritos
que porventura venham a ser dados a Noé, não provêm das suas
obras, mas da fé num Deus que honra a Sua Palavra e o relacionamento
para com os que Nele confiam. Os graciosos detalhes da arca, revelam
a Sua soberania em relação ao tempo e aos acontecimentos do
planeta, revelam ainda a necessidade humana de arrependimento e
reconhecimento da insuficiência das obras para salvação da vida.
A
janela com abertura para o céu, na medida de um braço humano está
a dizer que o Socorro é presente e real e temos que busca-Lo
constantemente. A janela é o homem limitado que batalha dia após
dia para ser feliz, para repousar em lugares tranquilos. A porta,
fechada por fora significa que somente Deus conhece o princípio e o
fim de todas as coisas e com Ele está a Salvação, o perdão e a
redenção. Mãos humanas são suficientes para construir riquezas e
refúgios terrenos, mas insuficientes para mantê-los, insuficientes
para salvar:
“E
disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros
maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; E
direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos
anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! Esta
noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?
Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com
Deus.” Lucas
12:18-21.
Assim
como a Arca foi para Noé e para a sua família, Jesus é para a
humanidade, esse lugar de descanso e salvação. A única Porta de
acesso ao céu e somente Deus tem a chave: “Eu
sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e
sairá, e achará pastagens”.
João
10:9.
A ARCA DE NOÉ
abril 12, 2017
|
INTRODUÇÃO
Enoque,
por haver andado com Deus, havia sido trasladado para o céu antes
que a maldade humana chegasse ao auge e Deus tivesse que desencadear
o julgamento por meio do dilúvio. A mistura dos filhos de Deus com
os filhos dos homens havia gerado gigantes, valentes e varões de
fama (falado anteriormente), mas Deus viu que “a
maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má
continuamente”
(Génesis
6.5).
I.
A MALDADE HUMANA E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS
A
condição do homem perante Deus era só má continuamente, e isso em
virtude da mistura da semente santa com a impura, que resultou nas
piores consequências. O alvo de Satanás continua o mesmo: misturar
para corromper. Por isso pergunta o apóstolo: “Que
comunhão tem a luz com as trevas?”
(2Co
6.14).
1)
A sentença divina (v.7).
O Senhor arrependeu-se de “haver
feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração”
(v.6).
O arrependimento de Deus e a sua tristeza, embora admitidos como a
transferência de atributos humanos para a divindade, expressam
realmente uma experiência real de Deus, que teve de mudar de atitude
em relação ao homem que criara.
Nada
menos do que o fim de toda a carne produziria efeito. Os valentes e
os varões de fama tinham de ser igualmente varridos da face da
terra. Tinha de haver completa destruição de tudo o que havia sido
corrompido.
2)
Tal como nos dias de Noé.
Tal como ocorre nos nossos dias, também na época de Noé a mensagem
do iminente juízo divino não encontrou aceitação por parte das
classes brilhantes dos políticos, dos artistas, dos intelectuais,
dos “valentes” e dos “varões de fama”. A lavoura, a
pecuária, a ciência, as artes e talvez a própria religião, tudo
parecia indicar que o “modus
vivendi”
prosseguiria inalterável. Os cidadãos continuariam a comer, a
beber, a casar-se e a dar-se em casamento. Falar em juízo divino era
uma loucura.
II.
O JUIZO DE DEUS
1.
Deus anuncia o dilúvio a Noé (Génesis 6.13).
A Bíblia afirma que Noé era homem justo e recto, e que andava com
Deus. Isso não significa que ele era sem pecado, pois todos pecaram
(Romanos 3.23), mas que ele prezava a rectidão e a integridade, e
que confiava em Deus. Por isso Deus revelou-lhe o seu plano.
2.
Noé constrói a arca (Génesis 6.14-16.22).
Durante 120 anos (v.3)
o patriarca trabalhou naquele imenso empreendimento, certamente a
ouvir as zombarias dos seus contemporâneos. Estes não podiam crer
na possibilidade de um dilúvio, pois tal coisa era contrária à
própria natureza (Génesis
2.5, 6).
Porém, a Bíblia afirma que “Noé,
divinamente avisado das coisas que ainda se não viam, temeu, e para
salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o
mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé”
(Hebreus
11.7).
3.
Noé aguarda ordens de Deus (Génesis 6.22).
A arca estava já terminada e Noé esperava, agora, ordens de Deus.
Não vemos aqui nada de precipitação, mas fé “A fé” sabe
esperar com paciência (Salmo
40.1),
e não comete os erros de Israel, que não pode esperar por Moisés e
caiu na idolatria (Êxodo
32.1-8),
ou de Saul, que se impacientou com a demora de Samuel e acabou
rejeitado por Deus (1
Samuel 13.8-14).
4.
Noé e a sua família entram na arca (Génesis 7.1, 13).
A ordem divina chegou e Noé e a sua família abrigaram-se dentro da
arca, “e
Deus o fechou por fora”
(v.16).
Isso significa plena segurança para os que estão dentro e eterna
perdição para os que estão de fora. Noé não fechou a porta por
dentro; Deus a fechou por fora! A segurança dos que estavam na arca
não poderia ser obra do homem, mas de Deus. É Deus mesmo que
encerra a porta por fora, ao revelar o seu especial cuidado para com
os que haviam crido nele e obedecido à sua palavra. Noé creu e
obedeceu. Nada se diz de sacrifícios oferecidos por Noé nos
capítulos
6 e 7 de Génesis,
certamente porque “o
obedecer é melhor do que o sacrificar”
(1
Samuel 15.22).
Isso não quer dizer que ele não adorava ao Senhor, pelo contrário,
ele o fazia de modo perfeito através das obras da fé. A fé sem as
obras é morta (Tiago
2.17).
III.
O SIGNIFICADO ESPIRITUAL DA ARCA
1.
As condições do mundo ante-diluviano (Mateus 24.37-39).
Jesus, ao apontar como um sinal dos tempos os dias de Noé, afirma
que as pessoas “comiam,
bebiam, casavam e davam-se em casamento”.
É evidente que nada de errado há nessas coisas, quando praticadas
dentro das suas próprias limitações, tal como ensinou Jesus
(Mateus
6.33).
Mas, naqueles dias de Noé, a indiferença para com as exigências
divinas era tão grande que só pensavam em seguir “o
curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do
espírito que agora opera nos filhos da desobediência”
(Efésios
2.2).
Muitos,
nos nossos dias, teimam ainda em anunciar um novo mundo criado pelas
boas iniciativas humanas. Os teólogos da libertação e os adeptos
do evangelho social, na sua distorcida compreensão do reino de Deus,
planeiam alcançar as bem-aventuranças da Bíblia pelo esforço
próprio. As palavras de Jesus cortam pela raiz todas essas vãs e
ilusórias especulações, ao afirmarem que “assim
será também a vinda do Filho do homem”.
2.
A arca aponta para Cristo (1Pedro 3:18-22).
Assim como a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé,
enquanto se preparava a arca, igualmente, hoje, a mesma longanimidade
divina, a não querer que alguns se percam, espera que todos se
arrependam (2Pedro
3.4).
Foi essa longanimidade que salvou os ninivitas nos dias de Jonas.
Além
do longo tempo de espera enquanto Noé construía a arca, Deus ainda
esperou sete dias mais. Uma semana para que o mundo se arrependesse!
Todavia continuaram a zombar de Noé e a rir da sua “loucura”!
Desde que a arca da nossa salvação foi terminada na cruz, a sua
porta ainda continua aberta para receber os crentes. É a porta da
graça, que um dia será definitivamente fechada pelo próprio Deus.
Em todo esse tempo, Cristo está a dizer: “Eu
sou a porta; se alguém entrar por mim salvar-se-á”
(João
10.9).
O tempo para abrigar-se do juízo divino é hoje (Hebreus
3.7, 8).
Amanhã pode ser muito tarde.
As
águas do juízo divino não haveriam de atingir Noé e a sua
família, mas fazê-los flutuar em segurança. Nenhuma condenação
há para os que estão em Cristo – a nossa Arca (Romanos
8.1).
A mesma palavra que condena os de fora (João
12.48),
salva os de dentro (João
10.28).
Dentro da arca, misericórdia; fora da arca, a ira divina (João
3.36).
A zombaria dos contemporâneos de Noé transformou-se logo em
desespero, e o seu desprezo pelos avisos divinos terminou em pavor e
destruição. Chegará o tempo de Deus mostrar a diferença que há
entre aquele que o serve e o que não o serve. “Então
vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que
serve a Deus e o que o não serve”
(Malaquias
3.18).
A Corrupção do Género Humano
abril 12, 2017
|
Após
a morte de Abel, filho de Adão e Eva assassinado pelo seu irmão
Caim, a Bíblia conta que o casal voltou a gerar uma criança. Eva
deu à luz a Sete, que trouxe na sua genealogia grandes homens de
Deus, como Noé, Abraão e Davi, culminando no nascimento do Senhor
Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo (Lucas
3:38).
Caim também gerou filhos e filhas, que povoaram a Terra.
Entretanto,
as Escrituras relatam que a terra encheu-se de violência, maldade e
concupiscência carnal, com o pecado a manifestar-se abertamente no
ser humano. Nos dias actuais, a degeneração humana não mudou; o
mal continua a irromper desenfreado através da depravação, da
imoralidade, da incredulidade, da pornografia e da violência, que
dominam a sociedade inteira.
“A
ira de Deus se revela do céu contra toda a impiedade e perversão
dos homens que detém a verdade pela injustiça […] Tais homens
são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo o conhecimento de
Deus, não o glorificam como Deus […] cheios de toda a injustiça,
malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio,
contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores,
aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores
de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição
natural e sem misericórdia. Ora, conhecendo eles que são passíveis
de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas
também aprovam os que assim procedem”. Romanos 2:18-32.
Deus
revela-se já nesses primeiros capítulos da Bíblia como um Deus
pessoal para com o ser humano, e que é passível de sentir emoção,
desagrado e reacção contra o pecado deliberado e a rebelião da
humanidade. Por causa do trágico pecado, Deus muda a Sua disposição
em relação às pessoas; A Sua atitude de misericórdia e
longanimidade passou à atitude de juízo.
A
existência de Deus, o Seu carácter e os Seus eternos propósitos
traçados permanecem imutáveis, porém Ele pode alterar o Seu
tratamento para com o homem, dependendo da conduta deste. Deus
altera, sim, os seus sentimentos, atitudes, actos e intenções,
conforme as pessoas agem diante da Sua vontade.
“Toda
boa dádiva e todo o dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai
das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de
mudança”. Tiago 1:17.
“Eis
que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do
filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá. […] Mas se o
perverso se converter de todos os pecados que cometeu, e guardar
todos os meus estatutos, e fizer o que é reto e justo, certamente
viverá, não será morto”. Ezequiel 18:4 e 21.
“…E
os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se
achava escrito nos livros […] E, se alguém não foi achado no
Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo”.
Apocalipse 20:12 e 15.
Então,
vemos em Génesis que a maldade do ser humano pesou no coração do
Senhor, de maneira que teceu um julgamento perante a Terra:
destruiria a todos, inclusive animais, excepto uma pessoa: Noé, pois
era homem justo e recto perante a vontade do Pai.
Essa
revelação de Deus como um Deus que pode sentir pesar e tristeza,
deixa claro que Ele, em relação à Sua criação, age pessoalmente,
como no recesso de uma família. Ele tem um amor intenso pelo ser
humano. No meio da iniquidade e maldade generalizadas daqueles dias,
Deus achou em Noé um homem que ainda buscava comunhão com Ele e que
se mantinha distante da imoralidade ao seu redor. Essa rectidão de
Noé era fruto da graça de Deus nele, por meio da sua fé e do seu
andar com Deus.
A
salvação no Novo Testamento é obtida exactamente da mesma maneira,
mediante a graça e a misericórdia de Deus, recebidas pela fé, cuja
eficácia conduz o crente a um esforço sincero para andar com o
Senhor e permanecer separado da geração ímpia ao seu redor.
Hebreus
11:7
declara que Noé foi feito herdeiro da justiça, que é segundo a fé.
O Novo Testamento também declara que ele não era somente justo,
como também pregador da justiça. Nisso, ele é exemplo do que os
pregadores devem ser.
“Pela
fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda
não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a
salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou
herdeiro da justiça que vem da fé”. Hebreus 11:7.
Os
filhos de Deus e as filhas dos homens
“Como
se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas,
vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas,
tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhe agradaram”.
Génesis 6:1-2.
As
genealogias de Caim e Sete são lembradas com esta passagem. Existem
muitos conflitos a envolver este texto, um deles seria a expressão
“os filhos de Deus”. A primeira grande controvérsia encontra-se
no facto de alguns estudiosos acreditarem que esta designação
estaria relacionada a anjos. Argumenta-se que os anjos caídos
assumiram corpos físicos e vieram à terra para ter relações
sexuais com belas mulheres, união da qual teriam nascido gigantes
iníquos.
Ainda
que tal interpretação possa ser defendida, a visão da maioria das
igrejas evangélicas, entre elas a do Evangelho Quadrangular,
acredita que os “filhos de Deus” sejam os descendentes piedosos
de Sete. Estes homens escolheram as suas esposas não pela sua opção
religiosa, mas por impulso. Através desta escolha errada,
configurou-se numa vida devassa, e então houve a corrupção da
humanidade. Deus reagiu com ira divina e Sua reacção em relação à
sociedade aumentava de intensidade à medida que a corrupção se
tornava dominante à escala universal.
A
união destas duas linhagens gerou “Gigantes” ou “Nefilins”,
entretanto este termo gigante é usado na Septuaginta. No texto
original, no hebraico, o tamanho da pessoa nada tem a ver com o
significado da palavra. O termo “Nefilim” significa,
literalmente, “os caídos ou aqueles que caem sobre (atacam) os
outros”, ou seja, eram pessoas malignas.
Sobre
esta visão, argumenta-se que:
Em
primeiro
lugar,
ao analisarmos o texto de Mateus
22:29-30,
que diz:
“Respondeu-lhes
Jesus: Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.
Porque, na ressurreição, nem se casam, nem se dão em casamento;
são, porém, como os anjos do céu”. Mateus 22:29-30.
Entendemos
que as paixões e os apetites sexuais são especificamente
manifestações do corpo humano e não dos anjos celestiais.
Em
segundo
lugar,
não foi a união entre os “filhos de Deus” e as “filhas dos
homens” que nasceram os gigantes. Pelo contrário, eles já
existiam antes desse acontecimento. Vejamos:
“Havia
naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos
de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes
eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama”.
Génesis 6:4.
Em
terceiro
lugar,
caso esses “filhos de Deus” fossem anjos decaídos, seriam
demónios e não mais “filhos de Deus”; logo, não poderiam ser
considerados como tais. Enquanto que os descendentes de Sete
“invocavam o nome do Senhor”, tal como o próprio Sete (Génesis
4:26),
ou seja, possuíam comunhão com Deus, andavam com Deus, como Enoque
(Génesis
5:29; 6:8)
e obtiveram testemunho de que agradaram a Deus e se tornaram
herdeiros da justiça, que é segundo a fé (Hebreus
11:5-7).
Subscrever:
Mensagens
(Atom)
-
2017
(21)
-
abril
(21)
- O DILÚVIO
- Graciosos detalhes da arca de Noé
- A ARCA DE NOÉ
- A Corrupção do Género Humano
- O Primeiro Homicídio
- O Pecado e as Suas Consequências
- Adão e Eva e as Roupas da Salvação
- Adão e Eva – Mensagem do Primeiro Casamento Bíblico
- A Primeira Mulher - Eva
- A Origem da Queda do Homem – Eva, a Serpente e o F...
- O Jardim do Éden
- O pecado cometido por Adão e Eva foi a relação sex...
- A Criação do Homem Por Deus no Jardim do Éden
- ...e Deus os criou homem e mulher.
- A Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal
- Bem e Mal - Quem Decide?
- Como Tudo Começou
- O significado da doutrina bíblica da criação
- A Criação: Deus Se Manifestou
- A Criação dos Céus e da Terra – Livro de Génesis
- GÉNESIS - O Livro da Criação Divina
-
abril
(21)
Featured Products
Nisi enim orci.$29.99Et.
Ultrices elit. $299.99Ac.
Augue vel quam.
$14.95Ut.
Cubilia sed.
Ipsum ac.