terça-feira, 11 de abril de 2017

...e Deus os criou homem e mulher.


E de um só fez toda a geração dos homens para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação” Actos 17:26.


QUAL A ORIGEM DO HOMEM?

É a grande pergunta da filosofia, da ciência e da religião. É a pergunta que nenhum postulado chegou a responder satisfatoriamente, no que diz respeito aos seus mínimos detalhes. A Teologia, a partir dos seus postulados sistemáticos, tenta dar conta da origem da vida em seus detalhes. A filosofia, com as suas divagações e argumentações lógicas e complexas, realiza uma das mais bem elaboradas respostas, dentro da capacidade humana, para se chegar a bom termo sobre o início da vida humana, mas igualmente insatisfatória. A ciência, com a tecnologia, experiências em laboratórios e grandes postulados dos seus teóricos, procura investigar ao máximo o mistério da vida.

Entretanto, no fim de todas as coisas, a palavra aos Hebreus é definitiva para quem crê: “Pela fé, entendemos que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hebreus 11:3). Imaginemos se fosse possível explicar adequadamente a origem da vida, como se deu e se desenvolveu? Ainda assim, o “start” (início) de todas as coisas ficaria sem explicação para os cientistas, pois a ciência apenas tem a possibilidade de explorar o mundo material; o que é transcendental, e até mesmo o quântico, ela não consegue investigar. A fé, como expõe o escritor aos Hebreus, afirma que “os mundos” foram criados por Deus; isto é, tudo – não só a terra, mas o que está completamente fora do alcance do olhar humano – foi criado por Deus.
Por isso, não podemos ter uma posição exclusiva entre a fé e a ciência. O Génesis não é um livro de ciência, mas de fé. Ali Deus revelou ao ser humano o início de todas as coisas. O que cabe à ciência? Pesquisar e explorar o aspecto material dessa criação divina, e a reconhecer os seus próprios limites, como os primeiros grandes cientistas da humanidade, que foram cristãos e, ao mesmo tempo, grandes cientistas.
Deus nos criou à sua imagem e semelhança, para que o amemos e vivamos para a sua glória.


INTRODUÇÃO

Por rejeitar a Bíblia Sagrada, a academia secular tropeça constantemente nesta pergunta; “Quem é o homem?”. Insatisfeita na sua antropologia, racionaliza a questão, e contesta; “O que é o homem?”. E, assim, sistemática e metodicamente, idealiza o ser humano, ao descartar a única resposta aceitável; “O homem é um ser criado por Deus e para Deus”.
Se aceitarmos a historicidade da narrativa mosaica, logo acharemos o nosso lugar no universo que Deus criou. Mas, caso optemos pelas proposições darwinistas, isolar-nos-emos cosmicamente.

Entre Moisés e Darwin, há um abismo intransponível. Apesar das tentativas de se construir uma ponte entre ambos, o fosso aprofunda-se a cada discussão, ao tornar impossível o trânsito entre o Evolucionismo e o Criacionismo. Se aquele (Evolucionismo) é mera teoria, este (Criacionismo) apresenta-se como a única alternativa à angústia gerada pela nossa presença no mundo.


I. QUEM É O HOMEM

Embora temporário, o homem é um ser necessário. Por essa razão, Deus o chamou à existência. Isso não significa que o Senhor precisasse de nós para existir. Absoluto, prescinde de relações fora de si. Ele é o que é. Na sua obra, porém, somos indispensáveis.

A partir desse argumento, já podemos dizer quem é o homem.


1. Imagem e semelhança de Deus. O Senhor criou-nos à sua imagem e semelhança (Génesis 1:26). Nem a queda, no Éden, deixou destruir tais feições. Logo, descartamos, por absurda e inadequadamente, a doutrina da depravação total do ser humano. Doutra forma, a obra de sacrifício de Jesus Cristo seria ineficaz.
Satanás, todavia, embora nada possa criar, é um bom criador de ilusões. Na criatura, distorce o Criador. No Criador, não deixa de caricaturar a criatura. Os seus traços podem ser encontrados tanto na mitologia mais grotesca, como no mais refinado texto académico.
Homero (século VIII a.C), ao exaltar os feitos gregos, divinizou os homens, ao humanizar a divindade. Artista que era, versificou-a numa série de deuses irados, orgulhosos, adúlteros e homicidas. Só mesmo, na sua imaginação, era possível um mundo, no qual nenhuma fronteira moral havia entre o divino e o humano. Na sua poesia, aquele (Deus) era pior que este (homem).
Charles Darwin (1809-1882), por sua vez, fez uma caricatura ainda mais blasfema do ser humano. Numa história bem elaborada, que lembra os grandes tratados da ciência, o escritor inglês apresenta o homem como o resultado final de um longo processo evolutivo. Tal processo, entretanto, estanca-se no homem e não contempla os milhões de símios (macacos), que jamais chegarão a homo sapiens. No seu mundo, até o dinossauro vira passarinho. Apesar da sua linguagem académica, ele não passou de um ilusionista: ao descaracterizar a criatura, tirando o mérito da criação ao Criador.
Que o homem não seja tornado anedota nem pela arte, nem pela ciência. Por que não defini-lo, simplesmente, como uma criatura racionalmente espiritual, cuja missão é amar, glorificar o Criador e fazer-lhe a obra.

2. Pouco menor que os anjos. Se o homem é a obra-prima da criação, por que Deus o criou menor que os anjos? Parece que Davi tem a resposta. Ao contemplar a criação, pergunta ao Criador: “Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?” (Salmos 8:3-4). Mais adiante, ao buscar situar a criatura na obra divina, reconforta-se: “Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés” (Salmos 8:5-6).

Apesar da nossa inferioridade, Deus nos colocou sobre os ombros o governo do Universo. Por que não os anjos? Afinal, são-nos superiores. Essa tarefa, porém, é nossa. Somente a nós cabe a administração do mundo; em seu nome a exercemos. Nessa lida, os seres angelicais entram para auxiliar-nos. Apesar da insignificância da criatura, o Criador confia-lhe toda a criação.
Somos, de facto, inferiores aos anjos. Essa condição, porém, é temporária. Em breve, os redimidos serão recepcionados no céu como a Noiva do Cordeiro. Mesmo agora, limitados física, intelectual e espiritualmente, temos privilégios sobre os quais os anjos ambicionam investigar (1Pedro 1:12). A Bíblia Sagrada, pois, não diviniza o homem como Homero, nem o animaliza como Darwin: coloca-o num patamar jamais imaginado pelo mortal (1Coríntios 2:9).


3. A coroa da criação. Davi, como bom teólogo, não ignorava o lugar do homem na criação. Um lugar tão elevado que requer uma coroa: “Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste” (Salmos 8:5). Embora nos haja criado menor que os anjos, não foi a estes que o Senhor coroou.

A humanidade é a coroa da criação. Desta coroa, Jesus Cristo é a perfeitíssima glória, por ser a única ponte entre nós e Deus. Eis porque a Bíblia no-lo apresenta como Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus.


4. A constituição do homem. Dicotomia? Ou tricotomia? Ainda bem que esse conflito limita-se aos teólogos. Quanto aos autores sagrados, tratam o assunto com desconcertante objectividade. Às vezes, dá a impressão de que são tricotómicos (1Tessalonicenses 5:23). Outras vezes, parecem dicotómicos (Mateus 10:28). Como este não é o fórum mais apropriado para se discutir esta questão, mais tarde se abordará o tema com mais propriedade.

Dicotomia é a divisão de um elemento em duas partes, em geral contrárias, como a noite e o dia, o bem e o mal, o preto e o branco, o céu e o inferno, etc.

Tricotomia é o termo utilizado para designar a interpretação de que o homem compõe-se de três partes, ou elementos essenciais, sendo eles: o espírito, a alma e o corpo (1Tessalonicenses 5:23).
O corpo é a matéria da sua constituição; a alma é o princípio da vida animal que o homem possui em comum com os irracionais.
A ela pertencem o entendimento, a emoção e a sensibilidade, que terminam com a morte. O espírito é o princípio do homem racional e da vida imortal. Possui razão, vontade e consciência, e se estende à eternidade, após a morte biológica, ou seja, após a morte do corpo.

Deus escolheu o pó da Terra para modelar o homem. Ele poderia ter optado pelo ouro, ou pelo mármore. Naquele momento, porém, o Senhor não tencionava fazer uma jóia, nem talhar uma estátua. Era o seu propósito criar algo infinitamente mais precioso: o ser humano segundo a sua imagem e semelhança.

O Senhor Deus usou o pó da Terra para criar-nos, pois nela vivemos e dela nos alimentamos. Nenhum outro solo, a não ser o da Terra, serviria para dar-nos forma. Após formar o homem do pó da terra, e nele imprimir a sua imagem, sopra-lhe Deus as narinas, ao torná-lo alma vivente (Génesis 2:7). O Criador dispensou-nos cuidados paternos, de maneira que, embora pó e cinza, possuímos uma alma imortal que, um dia, a Ele tornará (Eclesiastes 12:7; 1Tessalonicenses 5:23). Fomos criados no tempo, mas no coração vai-nos a eternidade (Eclesiastes 3:11).

E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” Génesis 2:7.

E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” 1 Tessalonicenses 5:23.
Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” Hebreus 4:12.

A palavra espírito vem do hebraico “ruach” e do grego “pneuma”. No Antigo Testamento, a palavra hebraica “ruach” aparece 377 vezes e é traduzida como: vento, fôlego ou espírito. No Novo Testamento, a palavra “pneuma” é igualmente traduzida como: espírito ou respiração. A união do fôlego da vida com o barro inanimado tornou o homem uma alma viva, uma personalidade responsável, capaz de compreender e apreciar a Deus, ao capacitá-lo a pensar, querer e amar. Esse fôlego de vida é o “sopro do Todo-Poderoso” (Jó 33:4), a centelha de vida. Jó assim descreve o seu estado de ser vivente: “Enquanto em mim houver alento, e o sopro de Deus no meu nariz...” (Jó 27:3). O homem é mais do que “pó” ou substância física. O homem tem um espírito. Deus mesmo “soprou” o Seu próprio “fôlego” nas narinas do homem; Deus é a fonte da vida, e Ele directamente colocou a vida dentro do homem. Esse sopro da vida é visto novamente, quando Jesus dá nova vida aos seus discípulos! “E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo” (João 20:22).


II. A CRIAÇÃO DO HOMEM

Não se ignora a Teoria da Evolução. Dá-se, porém, o direito de acreditar no Criacionismo Bíblico, por ser este mais lógico e verdadeiro do que aquela. O evolucionismo ainda não saiu do terreno das hipóteses, ao passo que a narrativa bíblica faz-se a cada dia mais convincente.

1. O conselho da criação. A Bíblia não revela se houve algum conselho da Santíssima Trindade quanto à criação dos céus e da terra. Acredita-se que nem mesmo para os anjos, mais excelentes do que nós, houve semelhante formalidade. Todavia, quando da formação do homem, o Pai, o Filho e o Espírito Santo expediram este decreto: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra” (Génesis 1:26). Por que a criação do ser humano teve de ser precedida por um concílio da divindade? Antes de tudo, porque o homem é a coroa da criação. Sem ele, o Universo não passa de um cenário vazio. E, apesar de os anjos serem, temporariamente, superiores a nós, é connosco que Deus anseia manter a mais íntima comunhão. Isso não significa, porém, que Ele não se agrade da companhia dos seres celestes. Tanto é que estes, ao serem criados, foram postos ante o seu trono. Na história Sagrada, trata-os como filhos (Jó 1:5; 38:7).


2. A forma da criação. Não somos o resultado de um longo e entediante processo evolutivo, mas a coroa de um acto criativo de Deus. De maneira singela, mas verdadeira e literal, a Bíblia descreve a nossa feitura: “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Génesis 2:7).

A simplicidade da narrativa bíblica induz o formalismo incrédulo e blasfemo a buscar outras explicações sobre o nosso aparecimento na terra. No passado, o mito. No presente, a falsa ciência. E, no futuro, a mentira sistemática do Anticristo.
No princípio, segundo o poeta grego Hesíodo (750-650 a.C), só havia deuses no universo. Por causa disso, o tédio fez daquele céu, um inferno. Foi então que Prometeu, um dos titãs mais afoitos, rogou a permissão de Zeus para criar um ser mortal à imagem e semelhança dos deuses. A princípio, o rei do Olimpo não gostou da ideia. E, se por acaso, não desse certo? Não haveria qualquer problema, interveio Prometeu. Ao ser o homem mortal, estaria tudo resolvido. E, assim, o inventivo titã amassou um punhado de argila, e, a partir desta, fez o ser humano.

A mitologia grega lembra uma verdade que o tempo e a memória encarregaram-se de distorcer.
Quanto à fantasia científica de Darwin, o que podemos dizer? Em virtude da sua roupagem académica e da sua linguagem muito bem trabalhada, ganhou rapidamente foros de verdade. Tanto é que Charles Darwin foi sepultado na Catedral de Westminster como um dos maiores intelectuais do Reino Unido. Bem diz o apóstolo: arrogando-se sábios, fizeram-se loucos.

Entre a poesia de Hesíodo e a prosa de Darwin, prefere-se Moisés. A sua narrativa leva-nos à proposição de um Deus bom e santo. No seu amor, criou-nos a fim de compartilhar a sua glória.


3. O homem é da terra e a Terra é do homem. Tirados da terra, temos as propriedades todas da Terra. E, um dia, à Terra voltaremos. Dos seus produtos, nos alimentamos. E, com o material que nos fornece, nos abrigamos. Enfim, ela fornece-nos tudo de que necessitamos.
No nosso organismo, acham-se, entre outros, os seguintes elementos químicos do solo: ferro, potássio, sódio, cobre, cálcio, selénio, molibdénio, zinco, iodo, fósforo, magnésio, cobalto, enxofre e cloro. Diante de semelhante facto, como desprezar a narrativa do Génesis, que, de forma tão simples e clara, mostra o homem como formado do pó da terra?


4. O monogenismo da raça humana. No seu discurso no Areópago de Atenas, perante os filósofos epicureus e estóicos, Paulo deixou bem patente a doutrina bíblica do monogenismo. Afirmou que Deus “de um só sangue fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação” (Actos 17:26).

Monogenismo é a doutrina antropológica segundo a qual todas as raças humanas derivam de um tipo primitivo único.
Diante desta afirmação, não há o que negar: todos somos filhos de Adão e Eva, logo brancos e negros, judeus e árabes, europeus e brasileiros, somos todos irmãos. No verdadeiro cristianismo, não há espaço para filosofias ou teologias racistas. Concluímos, daí, existir apenas uma única raça, que, providencialmente, divide-se, ao multiplicar-se em famílias, tribos, nações, povos e línguas.

O mapa do ADN revela de maneira surpreendente a unidade da família adâmica. Se levarmos em conta que cada mulher recebe o ADN mitocondrial da mãe, ser-nos-á possível retroceder à primeira fêmea. Diante desse facto, os cientistas alcunharam-na de “Eva Mitocondrial”. Na direcção dessa pesquisa, descobriu-se também o “Adão Cromossómico Y”.

A verdadeira ciência não contraria a narrativa bíblica. Apesar disto, alguns académicos ainda teimam em contrariar as Sagradas Escrituras, ao optar por explicações absurdas.


Feito à imagem de Deus
Em Génesis 1:26-30, encontramos 'O Homem Feito à Imagem de Deus'.
1) Um ser espiritual apto para a imortalidade.
2) Um ser moral que tem a semelhança de Deus.
3) Um ser intelectual com a capacidade da razão e de governo.

Uma das marcas da imagem de Deus foi Ele ter dado ao homem o estatuto e o poder de governante. O direito de o homem dominar ressalta o facto de que Deus o equipou para agir como governante. A aptidão para governar implica em capacidade intelectual adequada para argumentar, organizar, planear e avaliar”.


III. A MISSÃO DO HOMEM

Imaginemos o primeiro diálogo do Senhor com Adão. Ao chamá-lo à vida, confidenciou-lhe o Pai: “Neste vasto planeta, escondi telemóveis, tablets, aviões e até naves espaciais escondi”. Na sua aprendizagem, indaga-lhe o homem: “Senhor, o que são essas coisas, e onde posso achá-las?” Como bom didacta e amoroso educador, responde-lhe Deus: “Trabalha a terra e logo as descobrirás”. A missão do ser humano consiste em cultivar a terra, povoá-la e governá-la.


1. Cultivar a terra. Por vezes temos de interromper o que estamos a fazer para ir comer alguma coisa. Já na posse do prato e dos talheres, temos feijão, arroz, algumas verduras e legumes e, possivelmente, um pedaço de carne. De sobremesa, frutas.

A refeição será possível, porque os primogénitos da raça, ao obedecer às ordens do Criador, puseram-se a trabalhar a criação. Descobriram e seleccionaram os alimentos. E, a fim de prepará-los, inventaram deliciosos temperos. Mas, o que fariam sem o fogo e a porcelana? A partir da arte culinária, foram tornar o mundo que Deus criou numa indústria. E, de descoberta em descoberta, chegaram ao espaço. O interessante é que tudo teve início com a agricultura.


2. Povoar a terra. Quantas pessoas poderiam viver confortavelmente na terra? Já se ouviu dizer que por volta de 16 biliões. De acordo com a ONU, em 2050, haverá nove biliões e 300 milhões de habitantes no planeta. Se toda essa gente for bem distribuída, todos poderemos viver de maneira sustentável e até usufruir de algum conforto. Conclui-se, pois, que a pobreza extrema não é ocasionada nem pela falta de espaço, nem pela ausência de alimentos. Se a riqueza fosse distribuída com justiça e equidade, ninguém morreria de fome.
Segundo Robert Malthus (1766-1834) o mundo estaria fadado à destruição, se o crescimento demográfico não fosse imediatamente barrado. Temia ele a falta de comida e de água. Graças a Deus, o economista britânico estava errado. Hoje, há mais alimentos no planeta do que no primeiro século da Era Cristã, quando a população mundial girava em torno de 150 milhões de pessoas.

As nações que seguiram o conselho de Malthus enfrentam, hoje, imensas dificuldades para repor os seus estoques populacionais. Entre eles estão a Europa e o Japão. Até a própria China, apesar da sua imensa demografia, corre o risco de se tornar um imenso asilo de velhos. A sua política de filho único é uma tragédia mais que óbvia.
Logo a ordem divina para se povoar a terra é razoável e não atenta contra a sustentabilidade do planeta. O que gera o desequilíbrio ecológico é a acção predadora do ser humano ímpio e inimigo de Deus.


3. Governar a terra. Se o homem houvesse obedecido a Deus, o paraíso terrestre não teria se limitado ao Éden. Toda a terra seria um lugar belo e sustentável, onde os filhos todos de Adão poderiam desfrutar de todo o bem que nos deixou o Senhor. A nossa biosfera é mais que suficiente para dar alimento, abrigo e bem-estar aos homens e animais. O Criador providenciou o necessário, a fim de que todos os seus filhos, de Adão ao último bebé a nascer no planeta, tenham o suficiente para viver com amor e dignidade.
Se o homem governar bem o planeta, não haverá miseráveis em lugar algum. É o que demonstrará o Senhor Jesus, quando estabelecer o seu reino entre os homens.


A criação da Mulher


Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar; e da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” Génesis 2:21-22.


1. “Tanto o homem quanto a mulher foi uma criação especial de Deus, não um produto da evolução. O homem e a mulher, igualmente foram criados à 'imagem' e 'semelhança' de Deus. À base dessa imagem, podiam comunicar-se com Deus, ter comunhão com Ele e expressar de modo incomparável o seu amor, glória e santidade. Eles fariam isso ao conhecer a Deus e a obedecê-lo. Eles tinham semelhança moral com Deus, pois não tinham pecado, eram santos, tinham sabedoria, um coração amoroso e o poder de decisão para fazer o certo (Efésios 4:24). Viviam em comunhão pessoal com Deus, que abrangia obediência moral e plena comunhão. Quando Adão e Eva pecaram, a sua semelhança moral com Deus foi desvirtuada. Na redenção, os crentes devem ser renovados segundo a semelhança moral original. Adão e Eva possuíam semelhança natural com Deus. Foram criados como seres pessoais ao terem espírito, mente, emoções, autoconsciência e livre-arbítrio. Em certo sentido, a constituição física do homem e da mulher retrata a imagem de Deus, o que não ocorre no reino animal. Deus pôs nos seres humanos a imagem pela qual Ele apareceria visualmente a eles e a forma que o seu Filho um dia viria a ter. O facto dos seres humanos terem sido feitos à imagem de Deus não significa que são divinos. Foram criados segundo uma ordem inferior e dependente de Deus. Toda a vida humana provém inicialmente de Adão e Eva.

2. “Uma linda tradição judaica observa que Deus não tirou Eva do pé de Adão, para que ele não tentasse dominá-la; ou da sua cabeça, para que ela se visse acima. Em vez disso, Deus tirou Eva da costela de Adão, para que os dois pudessem caminhar ao longo da vida”.

A mulher foi criada a partir da costela de Adão o que mostra que ambos têm a mesma origem, o pó da Terra.


IV. A INSTITUIÇÃO DO CASAMENTO

A agenda divina no sexto dia da criação estava bem carregada. Num primeiro momento, Deus criou o homem, ao confiar-lhe o governo do mundo e a classificação da fauna. Mais adiante, ao sentir-lhe a solidão, formou-lhe a mulher. E, para arrematar a sua obra, casou-os, ao instituir o matrimónio.

1. A solidão é ruim. Ser absoluto por excelência, o Criador prescinde de relacionamentos com a criação para ser o que é. Todavia, a sua natureza amorosa e justa leva-o a revelar-se à criatura. E, connosco aprofunda a comunhão. Por esse motivo, não poderia Ele admitir que o homem vivesse isolado e desprovido de semelhantes.

Perante o isolamento de Adão, declarou o Senhor: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idónea” (Génesis 2:18). O casamento, pois, era indispensável para que o Éden se tornasse um paraíso. Por isso, o Senhor, da costela de Adão, cria a mulher. E, ao apresentá-la, leva-o a compor um poema: “Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada” (Génesis 2:23).


2. Características do casamento. Instituído por Deus, o casamento tem as seguintes características:
a) monogâmico: um único homem para uma única mulher;
b) heterossexual: um macho para uma fêmea;
c) indissolúvel: só pode ser dissolvido nestas circunstâncias: morte, infidelidade conjugal e abandono (Romanos 7:2; Mateus 19:9; 1 Coríntios 7:15).
Qualquer vínculo que fuja a esses parâmetros não haverá de ser tido como casamento. Logo, a união entre pessoas do mesmo sexo, embora legalizada, jamais será considerada, à luz da Bíblia Sagrada, casamento. Logo, não conta nem com a bênção, nem com a garantia divina. Quanto à poligamia, Deus a tolerou no princípio, mas nunca a aprovou.


3. A bênção matrimonial. A partir do casamento de Adão e Eva, os demais matrimónios dar-se-iam, primeiro, entre irmãos, e, depois, entre primos. E, assim, até que a união conjugal deixasse o âmbito da endogamia e passasse a ser praticada exogamicamente.
Endogamia é o estado da pessoa que só se casa com outra porque ambas pertencem à mesma classe ou tribo, ao visar preservar as suas nobrezas, raças etc.
Exogamia é o casamento de um indivíduo com um membro de grupo estranho àquele a que pertence.
Para que a raça humana não viesse a ser deteriorada geneticamente, o Senhor abençoa o primeiro casal: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a, dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Génesis 1:28).


O que significa ser adjutora?”

E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ADJUTORA (ajudadora, auxiliadora, socorredora, defensora) idónea para ele” (Génesis 2:18).

O seu real significado de acordo com Lawrence Richards: “A palavra 'adjutora' tem sido frequentemente mal-entendida e usada para manter uma visão distorcida do casamento. A palavra no original, ezer, significa 'um apoio', 'uma ajudadora', ou 'uma assistente'. Isso não implica subordinação, pois a mesma palavra é usada para descrever Deus como auxílio do homem. O conceito decididamente sustenta as características da mulher como ajudadora. Somente uma que é 'osso dos meus ossos e carne da minha carne' poderia, de facto, ir ao encontro da mais profunda necessidade de outro. Na sua original concepção, então, o casamento era a união de um homem e uma mulher, iguais perante Deus, que se completavam por meio do respeito de um para com o outro, comprometidos com a ajuda mútua”.


CONCLUSÃO
Com a instituição do casamento, tem início a História. Até à formação da mulher, havia apenas uma biografia solitária e sem muito interesse. Mas tudo muda, quando o Pai chama a sua filha, Eva, à existência.

A partir daí, o drama humano haveria de ter livre curso. Da biografia de Adão à História Universal, plenifica-se na História Sagrada. Com a instituição do casamento, o Criador começaria a revelar a profundidade do seu amor à criatura racional, que, suscitada da terra, almeja o céu; feita no tempo, tem em si a eternidade.


PARA REFLECTIR

A respeito do livro de Génesis:
Em que dia da obra divina o homem foi criado?
O homem foi criado no sexto dia.
Por que Deus criou o ser humano?
O homem foi criado para uma tripla missão: governar a Terra, cultivar o solo e guardar o jardim que o Senhor plantara.
Qual a principal característica da mulher em relação ao esposo?
A principal característica moral da mulher está no facto de que Deus criou Eva, a fim de que ela estivesse ao lado de Adão para o auxiliar.
Quais as características do casamento?
As principais características são: monogamia, heterossexualidade e indissolubilidade.
Por que é importante conhecermos esta verdade?
Pelo facto de que existem muitas falsas teorias e mentiras a respeito da origem da vida humana e do casamento.

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