quarta-feira, 12 de abril de 2017
O DILÚVIO
abril 12, 2017
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Crise
mundial nos dias de Noé
O
pecado traz consequências naturais e castigos divinos. Foi assim na
época de Noé. A depravação humana provocou a ira divina que se
derramou como água sobre a terra. Foi uma crise de grandes
proporções causada pelo pecado, mas realizada por Deus.
Noé
foi avisado, mas o que ele poderia fazer? Orar para que o dilúvio
fosse cancelado? Expulsar os demónios das tempestades? Não era o
caso. Há tempo de orar, tempo de expulsar o mal, mas precisamos
reconhecer que algumas crises são determinadas por Deus e só
terminam quando o seu propósito estiver concluído. O dilúvio seria
um meio necessário para a purificação da terra. Crises
podem ser purificadoras.
Podemos
ser melhores depois que elas passarem.
É o que acontece nos processos de limpeza, reforma e restauração.
Noé
não poderia impedir o dilúvio, mas preparar-se. Sendo um servo de
Deus, o seu modo de vida era uma preparação constante para tudo o
que o futuro lhe trouxesse. Ele vivia sintonizado com o céu. Noé
andava com Deus (Génesis
6.9).
Então, o mal não lhe surpreenderia. Noé ouviu a perfeita previsão
do tempo: “Vai chover, e muito”. Quem não estava ligado em Deus,
seria candidato à destruição.
O
dilúvio veio para destruir os pecadores e Noé era um deles. Por quê
então ele escapou? Por causa da sua fé e obediência, pelas quais
alcançou a graça e a misericórdia de Deus.
Temos
nesta história três elementos importantes: o saber, o crer e o
obedecer. Noé sabia que o dilúvio viria. É possível que milhares
de pessoas também tenham tomado conhecimento. Entretanto, Noé cria
Nele e enquanto muitos eram incrédulos. A fé, porém, não é um
fim em si mesma. Crer sem obedecer é como receber uma prescrição
médica, acreditar nela, mas não a cumprir. Não terá qualquer
valor. Noé obedeceu a Deus ao construir a arca. Seria uma realização
difícil. Geralmente estamos dispostos a fazer apenas o que é fácil.
O
dilúvio foi uma grande tribulação para Noé, mas para os ímpios
foi a destruição total. Eis a diferença entre quem serve a Deus e
quem não serve. Da mesma forma, passamos por crises, mas não somos
destruídos por elas. O dilúvio trouxe muito trabalho e transtorno
para Noé. Ele não ficou indiferente ao cataclismo mundial. Ele não
poderia dizer: “Ficarei em casa a orar até que o dilúvio passe”.
Construir
aquele barco gigantesco daria muito trabalho, mas Noé deveria
fazê-lo. Deus não construiria a arca. Podemos orar, mas precisamos
trabalhar. Deus não fará tudo por nós, mas nos dará instrução e
sabedoria. Devemos trabalhar antes, durante e após as crises, a
fazer o que estiver ao nosso alcance para superá-las.
Entrar
na arca com a sua família foi também um facto fundamental na
história de Noé. Tudo o que aconteceu antes foi uma preparação,
mas entrar na arca foi a decisão final, com todas as suas
implicações. Era sobretudo, mais um acto de fé. Ainda não estava
a chover, mas Deus mandou entrar na arca. Não fazia sentido. Talvez
tenha sido um espectáculo para o povo (no sentido pejorativo). Assim
são as nossas atitudes, decisões e acções em obediência ao
Senhor, embora a realidade pareça contrária. Não adianta viver a
preparar, mas não entrar, viver a começar, mas não acabar. (Viver
a namorar, mas não casar).
Entrar
na arca seria a salvação de Noé, mas representava também renúncia
e perda. Não era possível levar a bordo todos os pertences, a casa,
todos os parentes e amigos. Aliás, algumas amizades encerravam-se
com o fechar da porta. As nossas decisões em obediência a Deus
exigem renúncia e aparente perda. Entretanto, depois do dilúvio,
Noé teria toda a terra à sua disposição.
As
águas subiram e a arca subiu também. Noé e a sua família ficaram
protegidos. O Senhor guarda os que são seus, mas a condição para
isso é a obediência.
Noé
ficou dentro da arca durante 1 ano (Génesis
7.11; 8.13).
A sua salvação e da sua família dependeriam também de paciência
e perseverança. Eles não podiam sair do lugar onde Deus mandou que
ficassem, mas, ao mesmo tempo, a embarcação era dirigida por Deus
para o local onde deveria pousar. Nós também precisamos permanecer
na igreja, no lar, onde o Senhor nos colocou.
Deus
falava com Noé, mas nem tudo lhe foi dito. Noé não sabia quanto
tempo duraria o dilúvio ou o local onde a arca iria parar. Nessas
questões, ele deveria apenas descansar, ao confiar na fidelidade e
no amor de Deus. Há tantas coisas que não sabemos, mas devemos
confiar em Deus e no seu cuidado para connosco.
Estar
na arca não devia ser algo muito confortável, com todos aqueles
animais e barulho e, eventualmente, mau cheiro, mas lá fora seria
pior. O impaciente poderia dizer que aquele lugar era uma prisão,
que a sua liberdade estava a ser tirada, mas existe o tempo certo de
ir além.
Noé
precisou esperar muito. A história do dilúvio em Génesis
(6 a 8)
está repleta de informações relativas ao tempo. Vemos ali o
cronograma de Deus e não do homem. Não foi Noé quem determinou
datas e horários, mas Deus. Ele está no controle. A nossa
tribulação não durará nem um dia além do prazo determinado pelo
Senhor, desde que estejamos a cumprir a nossa parte.
Noé
soltou o corvo e a pomba como tentativas de obter alguma informação
por meios naturais (Génesis
8.6, 8, 12).
Ele queria situar-se, orientar-se, mas aquelas acções não lhe
serviram como subsídio
para as suas decisões. Finalmente veio a ele a palavra do Senhor
dizendo: “Noé,
saí da arca”
(Génesis
8.15).
Queremos dominar e interferir em muitas situações, mas devemos
reconhecer que o Senhor está no controle. Oremos para que ele nos
oriente.
Quando
a água baixou, a arca pousou sobre uma montanha. Provavelmente,
durante a sua construção, os que assistiam devem ter perguntado
onde Noé conseguiria água para navegar. A arca não apenas navegou,
mas foi para em cima do monte. Deus faz muito mais do que pedimos ou
pensamos. Ele ultrapassa todos os limites da nossa imaginação, ao
poder-nos colocar em lugares altos, conforme o seu eterno propósito.
A
família de Noé foi salva porque, em primeiro lugar, ele era um
servo de Deus. Se formos fiéis ao Senhor, seremos motivo de bênçãos
para os nossos familiares, embora cada um também precise ter a sua
experiência com Deus.
A
família é uma das prioridades do cristão. Devemos tomar cuidado
com empreendimentos que possam destruir a família, o casamento e os
filhos.
Noé
ficou marcado na Bíblia pelas suas virtudes, embora não fosse
infalível. Com ele aprendemos sobre fé, justiça, obediência e
paciência. É com virtude e trabalho que se vence a crise. Nós
venceremos da mesma forma, em nome de Jesus, com a ajuda de Deus.
Depois
do dilúvio, o Senhor fez uma aliança com Noé. Por quê não fez
antes? Porque Noé precisava passar pelo dilúvio e ser aprovado
naquela crise. Começaria então uma nova vida. Nós estamos a passar
por uma crise? Não nos vamos desesperar. Vamos confiar em Deus.
Depois da chuva, viveremos um novo tempo na presença do Senhor.
Marcas do Dilúvio - I
A
vida na Terra deve ter sido muito difícil para Adão e os seus
primeiros descendentes. Ela estava cheia de iniquidade, morte e
tentação. Então Deus falou a Noé que ele deveria construir uma
arca para salvar o salvar e à sua família da destruição do
dilúvio.
Esta
fantástica história tem raízes em todo o lugar, mas principalmente
na Mesopotâmia, já que a Bíblia fala que o Éden ficava por ali,
pois Génesis 2:14 faz menção da localização do Éden e diz que
saía um rio do mesmo e este dividia-se em quatro braços: Pisom,
Giom (ambos ainda não encontrados até hoje), Tigre e o Eufrates,
que hoje localizam-se no Iraque, e que antigamente era a Mesopotâmia,
tanto que o nome Mesopotâmia, a junção de meso+potamos, significa
“entre rios”, entre os rios Tigre e Eufrates.
Em
várias partes da Mesopotâmia, encontram-se diferentes histórias,
do mesmo tema, o dilúvio. Segundo o Doutor e Pastor
Rodrigo Silva,
no seu livro Escavando
a verdade,
ele diz que é uma “mesma lógica usada em relação à
historicidade de Adão, ou seja, que esses documentos reflectem um
episódio que realmente ocorreu no passado da humanidade.” Werner
Keller
tem a certeza e fala no seu livro “E
a Bíblia Tinha Razão”
que não é só na Mesopotâmia que encontramos relatos do dilúvio,
na Grécia, Austrália, Índia, Polinésia, Tibete, Caxemira, e em
muitas outras civilizações. Serão todas mitos, lendas, produtos da
imaginação? É bem provável que elas reflictam a mesma catástrofe
universal.
Uma
das descobertas arqueológicas que podem comprovar o dilúvio foi
descoberta por um arqueólogo britânico chamado Leonard
Woolley,
num sítio de Ur. Ele estava à procura de túmulos reais, quando
resolveu cavar cinco metros a mais, abaixo de um pavimento de tijolos
e encontraram uma camada de limo do dilúvio (limo é uma espécie de
lodo/lama). Escavaram e descobriram restos de uma antiga Ur que
existiu antes do dilúvio. Retiraram do solo cacos de jarros de barro
que eles podiam datar com segurança, 2700 a.C.
Por
meios de sondagens pode-se estabelecer a extensão total da enorme
inundação. Ela cobriu, ao nordeste do golfo pérsico, uma extensão
total de 630 km de comprimento por 165 km de largura. Visto nos mapas
actuais, foi apenas um acontecimento local, mas para a época, aquele
era todo o seu mundo. E, pela idade das camadas pode-se calcular uma
estimativa para este acontecimento. Ocorreu por volta de 4000 a.C.
segundo Werner
Keller.
Num
dos seus artigos, Luiz
Gustavo de Assis
diz que “a semelhança dos muitos relatos sobre o dilúvio ao redor
do mundo com a versão bíblica é impressionante. Em ambos os
relatos os personagens principais são avisados por uma divindade que
uma grande destruição estava prestes a vir e que um barco deveria
ser construído para a sua protecção. Esse facto revela que os
judeus não inventaram tais histórias. Embora as partes da
biblioteca real sejam do sétimo século a.C., o texto é muito
antigo. Alguns sugerem que os escritores hebreus simplesmente
copiaram estas histórias e as baptizaram com uma roupagem
monoteísta. Todavia, a presença de narrativas semelhantes a estas
em culturas tão diversas ao redor do mundo, nos sugerem que o mesmo
evento foi a fonte para tais relatos (vejamos mais no artigo
“Escavando
a Verdade”).
Ele também cita que “por vários anos, acreditou-se que as
histórias da criação e do dilúvio universal eram lendas apenas
dos judeus. Porém, escavações nas ruínas de Nínive, antiga
capital do Império Assírio, apresentaram ao mundo os documentos da
biblioteca real de Assurbanipal II, que viveu no sétimo século a.C.
Duas epopeias importantes na literatura do Antigo Oriente Médio
foram encontradas nos seus registos. São elas: Enuma Elish, um
relato sobre a criação, e Gilgamesh, uma versão do dilúvio.”
É
interessante notar, como as pesquisas tem comprovado o dilúvio. No
livro História
da Vida,
nas páginas 144, 145 e 146, o jornalista Michelson
Borges
faz menção do avistamento do que sobrou da arca no monte Ararat
(Turquia) por aviadores russos em 1917. Essa notícia foi publicada
pelos principais jornais do mundo em 1923. As descobertas foram
entregues ao Czar. Mas dias depois do czar ter recebido os relatórios
e as fotos, o governo russo foi derrubado pela Revolução
Bolchevista. Em 1883, o governo turco enviou uma expedição ao monte
para vistoriar os danos causados por um terramoto. O grupo relatou a
descoberta da parte frontal de uma barca antiga a 4.200 metros, na
montanha. Tiraram medidas, entraram na arca e relataram ter visto
estábulos e jaulas na embarcação, mas não houve muita repercussão
na época devido ao sucesso da teoria evolucionista de Darwin.
Finalizamos
este texto com a declaração de um geólogo adventista, relatada no
livro História da Vida, de Michelson Borges: “Provavelmente, a
maior descoberta arqueológica de todos os tempos – a arca de Noé
– esteja a ser preservada providencialmente para, no momento certo,
ser revelada ao mundo, como um monumento, a prestar silenciosamente a
sua homenagem ao Criador e Mantenedor da vida, o mesmo Deus que
amorosamente deseja implantar no nosso ser a Sua própria imagem,
para que possamos habitar eternamente na Sua companhia, no Novo Céu
e na Nova Terra, finalmente restaurados.” [Dr. Nahor Neves Souza].
Wesley
Alfredo G. de Arruda é
um estudante fascinado por Arqueologia e também pela Bíblia.
Visitou diversos sítios arqueológicos no mundo como na Jordânia
(Numeira e Bab Edh-ra) e no Egipto (Saqqara, Giza). Também foi
colaborador de um projeto de pesquisa israelense, o Temple Mount
Sifting Project, localizado em Jerusalém.
Marcas do Dilúvio - II
Para
continuar o artigo anterior Marcas do Dilúvio – I gostaria de,
nesse artigo tirar as dúvidas de muitos que acreditam que o dilúvio
foi um acontecimento local como até eu mesmo sugeri no primeiro
artigo da série “Marcas do Dilúvio”, e também deduzir: Existem
relatos não Bíblicos do Dilúvio? E se existe não seria o relato
diluviano do Génesis apenas um plágio do que outros escreveram?
Tentarei explicar de forma mais clara e precisa tudo isso e muito
mais neste segundo artigo.
Dilúvio:
Acontecimento Local?
No
livro cujo nome é “Origins”, de Ariel A. Roth, existia um trecho
a falar sobre o dilúvio que é capaz de nos deixar boquiabertos. O
texto fala sobre a possibilidade do dilúvio ter sido um facto local,
como até havia sugerido no primeiro artigo da série Marcas do
Dilúvio. Mas como o texto dizia que “se o dilúvio fosse realmente
um facto local, poderíamos com certeza dizer que Deus não existe,
pois dilúvios locais são realmente comuns em diversas partes do
mundo, então se ele disse que não mandaria outro dilúvio, ele
seria um grande mentiroso.”
Relatos
não Bíblicos sobre o Dilúvio?
A
mais antiga versão do Dilúvio que conhecemos vem de uma parte
bastante danificada que conta a história de um certo herói chamado
Ziusudra.
Infelizmente mais de 80% do texto encontra-se perdido e, como
resultado, a maior parte da história é obscura e difícil de ser
resgatada. Apenas umas poucas passagens podem ser lidas com certo
grau de certeza e, pelo que sabemos, trata-se do relato de uma imensa
inundação que há tempos abateu sobre o planeta Terra, mas Ziusudra
conseguiu sobreviver a ela.
Outras
versões, no entanto, estão bem mais preservadas que esse épico e o
seu achado ajudou bastante na reconstrução dos antigos relatos
sumeríanos acerca do Dilúvio. O mais completo e bem conhecido é o
“épico
de Gilgamesh”.
Ele foi encontrado por Hormuzd
Rassam
que substituiu o pioneiro Henry
Layard
nas escavações de Nínive, em 1852.
Após
dois anos de árduo trabalho desenterrando os alicerces do palácio
de Assurbanipal, Rassam foi recompensado com o achado da biblioteca
real, a qual continha mais de 30 mil partes de argila reunindo o
conhecimento milenar de povos do Tigre e Eufrates. Embora os
documentos fossem datados do 7º século a.C. ficou claro que muitos
deles (inclusive o épico de Gilgamesh) eram cópias de materiais
muito mais antigos que remontavam a uma tradição do segundo milénio
antes de Cristo.
Mas
como saber que o Dilúvio não é uma cópia destes e muitos outros
relatos de um dilúvio universal não Bíblicos?
A
história é longa e o que nos interessa está na parte n.º 11 da
colecção. Ela diz que Gilgamesh tinha um amigo chamado Utnapishtim
que ganhara a imortalidade e, semelhante ao Noé bíblico, conseguiu
sobreviver às águas do Dilúvio. Ele havia sido previamente avisado
pelo deus Ea (senhor das águas e criador da humanidade) que uma
imensa inundação se abateria sobre os homens. Assim, caso quisesse
se salvar, Utnapishtim deveria construir uma embarcação de madeira
e piche, capaz de carregar a semente da vida de cada espécie.
Finalmente,
o barco ficou pronto e Utnapishtim, munido de todos os seus tesouros,
entrou a bordo do barco com a sua família, os seus artesãos e os
animais que havia recolhido. Então fechou a porta e aguardou.
Finalmente, uma torrencial tempestade caiu sobre a Terra durando seis
dias sem parar. O desastre foi tão imenso que até os deuses ficaram
assustados e fugiram para os lugares mais altos dos céus que ficavam
na montanha celeste de Anu.
Eles se encolhiam como cães assustados.
No
sétimo dia após o início da tempestade, o barco encalhou no topo
do monte Nissir (no Curdistão) e ali permaneceu por mais seis dias.
No sétimo dia, Utnapishtim solta uma pomba para ver se as águas
haviam baixado, mas ela retornou, pois não havia encontrado terra
firme.
Seguro
de que as águas haviam baixado, Utnapishtim saiu da arca com os
animais e os seus companheiros e, imediatamente, ofereceu um cordeiro
aos deuses que respiraram a fumaça do sacrifício e mostraram-se
satisfeitos.
Como
podemos perceber, existe um facto que passa despercebido: O épico é
puramente politeísta enquanto o relato Bíblico é totalmente
monoteísta, portanto o que podemos supor é que o relato Bíblico do
Dilúvio não é uma cópia, e sim uma correcção destes muitos
relatos fora da Bíblia que falam de um dilúvio universal.
Marcas do Dilúvio - III
Vamos
dar continuidade ao nosso estudos sobre a veracidade ou não de um
Dilúvio Universal conforme é relatado na Bíblia.
COMPARANDO
OS NOMES
Mais
interessante que a comparação dos números é a equiparação
fonética entre os patriarcas bíblicos e os nomes que aparecem nas
listagens mesopotâmicas. Vamos nos referenciar em duas listas (uma
cuneiforme e outra de Beroso) e compará-las com o texto Bíblico. A
correspondência genealógica entre elas não será, é claro,
absolutamente exacta. Pois, a semelhança entre alguns nomes é
incrível!
Antes,
porém, é importante mencionar que os nomes próprios geralmente
provêm de raízes etimológicas que são adaptadas a um idioma
derivado ou a um acento regional que os modifica. O nome Jesus
que na região sul é pronunciado com um “e” mais fechado
torna-se, no nordeste Jésus
(com ênfase no “e” bem mais aberto). Os americanos já
pronunciam de maneira ainda mais diferenciada. Eles dizem algo como
Jzeezâz
com um alongamento do “e” e uma típica marcação da última
vogal “u” pronunciada como se fosse um “a”. Mas, em qualquer
um desses três casos, a grafia permaneceu inalterada. Todos escrevem
“Jesus”.
Noutros
casos, a adaptação do nome pode propor uma variação maior de
letras ou de formato. Temos como exemplo o nome brasileiro “Vagner”
que é uma pequena alteração – apenas na letra “V” – do
alemão “Wagner” que quer dizer “construtor de vagões”. Para
os ingleses a alteração foi um pouco maior, “Waggoner”, embora
a base fonética tenha permanecido a mesma.
Nas
línguas antigas o fenómeno linguístico era o mesmo. O deus-sol,
por exemplo, recebia no antigo tronco semita o nome de Shamash.
Mas o acentuado sotaque hebraico fez com que o Antigo Testamento o
vertesse para Shemesh
como podemos encontrar em Jeremias 43:13. No idioma ugarítico a
mudança foi ainda maior, que a sua vocalização passou a ser
Shapsh.
Isso esclarece a afirmação de que Adam e Adapa podem ser variações
do nome de Adão.
Munidos
destas informações vejamos o paralelismo linguístico entre as
listagens sumeriana, de Beroso e da Bíblia:
É
claro que, como já foi dito, nem todos os nomes de patriarcas
bíblicos possuem uma correspondência clara para longe de qualquer
questionamento. Mesmo os especialistas mais renomeados debatem entre
si quanto à grafia e a correlação exacta entre alguns nomes. Para
alguns, Alarapus teria se corrompido e transformado em Abel. Para
outros, seria um correspondente de Sete ou até mesmo Adão.
Porém
a respeito de algumas divergências, é reconhecido no mundo
académico que alguns pares de nomes possuem uma correspondência
muito interessante que não pode ser ignorada, vejamos alguns casos:
1.
AMELON,
o terceiro nome que da lista de Beroso, é claramente derivado de
Enmenluanna – coincidentemente, o terceiro também da lista
cuneiforme. Ambas as formas parecem vir da raiz amelu,
que significa “homem” em acadiano. Ora, na lista genealógica de
Adão (Génesis
5:6)
o terceiro nome que aparece é o de Enos (no hebraico enosh), que
também significa “homem”.
2.
AMMENON,
que não parece possuir correspondente na lista cuneiforme, vem
provavelmente do acadiano ummanu
que quer dizer “artífice”. Cainan (cuja abreviatura seria Caim)
também significa “artífice” ou “aquele que trabalha com
metais” – uma óbvia relação temática com o acadiano. Quanto à
falta de correspondente entre esse termo e a lista cuneiforme,
devemos nos lembrar que a genealogia de Cristo apresentada por Lucas
também acrescenta nomes que não aparecem em Génesis
5
ou 1
Crónicas 1:1-4.
Abreviações e omissões voluntárias de alguns nomes não são
impossíveis de ocorrer no trabalho do escriba.
Onde
ela está?
“Faze
para ti uma arca de madeira de gofer: farás compartimentos na arca,
e a revestirás de betume por dentro e por fora.
Desta
maneira a farás: o comprimento da arca será de trezentos côvados
[133 ou 155 metros], a sua largura de cinquenta [22 ou 26 metros] e a
sua altura de trinta [13 ou 15 metros].
Farás
na arca uma janela e lhe darás um côvado [cerca de 50 centímetros]
de altura; e a porta da arca porás no seu lado; fá-la-ás com
andares, baixo, segundo e terceiro.” Génesis
6.14-16.
A
variação dos tamanhos deve-se ao facto de não se saber se a medida
era em côvado mesopotâmico ou egípcio (da época de Moisés). De
qualquer modo, 1 côvado corresponde a distância entre o cotovelo e
a ponta do dedo médio.
“No
sétimo mês, no dia dezassete do mês, repousou a arca sobre os
montes de Ararat. E as águas foram minguando até o décimo mês; no
décimo mês, no primeiro dia do mês, apareceram os cumes dos
montes.” Génesis
8.4-5.
O
relato bíblico original descreve que a arca repousou sobre as
“montanhas de RRT”, que em hebraico é o antigo reino de Urartu
(leste da actual Turquia e norte do Irão), região da antiga
Arménia, mais tarde traduzido para Ararat como é conhecido até
hoje. Como este nome foi herdado do antigo reino, não se pode
afirmar com certeza que “montanhas de RRT” sejam a cadeia formada
pelos dois montes que formam o Ararat, pois a região é recheada de
montanhas altas. Aliás, o nome Ararat foi atribuído no ano de 1105.
Muitos
têm ido ao famoso monte mas nada encontram além de uma grande rocha
coberta pela neve que acreditam ser a arca fossilizada. Arqueólogos
e aventureiros fazem excursões ao Ararat nos meses de Agosto e
Setembro (época de verão na Turquia), quando a neve derrete, na
esperança de colherem dados sobre o objecto com fotos e filmagens.
Uma
outra história surgiu a partir de uma foto aérea em 1959, onde
mostra uma formação rochosa em formato de navio, levando o governo
da Turquia a aceitá-la como a verdadeira Arca estabelecendo em
20/6/1987 o Parque Nacional da Arca de Noé.
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