terça-feira, 11 de abril de 2017
Adão e Eva e as Roupas da Salvação
abril 11, 2017
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após o pecado do homem no Éden, Adão e Eva encontram-se expostos,
vulneráveis, humilhados e nus.
“Então
foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus;”
Génesis 3:7
E
eles tentam cobrir-se, pegam folhas de figueira e fazem uma cobertura
primitiva.
“e
coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.” Génesis
3:7
A
diferença é dramática. Adão e Eva encontram algumas folhas finas
de figueira e fazem um tipo muito fraco e primitivo de cobertura,
para esconder a sua nudez, enquanto Deus providencia vestimentas
“ideais”, feitas de couro, pele de animais, que são capazes de
protege-los do frio e das intempéries.
Enquanto
o homem buscava apenas uma forma de esconder o seu estado nu, Deus
lhe fornece roupas decentes. Enquanto o homem só não queria estar
nu em público, Deus age de forma gentil.
Apesar
da desobediência e da alienação resultante do pecado, Deus age com
ternura e cuidado para com o primeiro casal humano. Deus os veste, os
protege, Ele cuida do homem, ainda que pecador.
Hoje
há todo um mundo de vestimentas e roupas, mas tudo começou com
folhas de figueira. Foi por causa do comer do fruto proibido que o
homem e a mulher tomaram consciência da sua nudez. Mas qual seria a
natureza dessa nudez? Física ou espiritual?
Era
de se esperar que o pecado trouxesse consequências espirituais,
entretanto, vemos que Adão e Eva respondem imediatamente no nível
físico. Eles tentam cobrir os seus corpos que tinham se tornado
vulneráveis; eles ficam envergonhados e humilhados.
Mas
e sobre as suas almas? Eles buscaram cobertura, vestimentas
espirituais? Com certeza as suas almas haviam sido impactadas,
feridas e manchadas pelo pecado. Qual foi a reacção deles?
Ao
falar sobre este assunto, o rabino Soloveitchik cita o seguinte
texto:
“Regozijar-me-ei
muito no Senhor, a minha alma se alegrará no meu Deus; porque me
vestiu de roupas de salvação, cobriu-me com o manto de justiça,
como um noivo se adorna com turbante sacerdotal, e como a noiva que
se enfeita com as suas jóias.” Isaías 61:10
Quando
Adão e Eva pecam, eles perdem a roupa da salvação. O resultado é
a perda da protecção divina, e do senso de proximidade e intimidade
com o Criador. É a partir daí que eles se sentem nus. A reacção
deles foi de cobrir os seus corpos.
Aparentemente
eles não deram conta da vergonhosa nudez em que estavam as suas
almas. No lugar da “roupa da salvação”, que se havia dissipado,
eles tentam fazer para si mesmos uma espécie de cobertura que não
era suficiente para esconder a sua vergonha.
Deus
entra na história e lhes faz uma roupa nova, matando um animal,
derramando sangue de um inocente, para que pudesse cobrir o pecado do
homem.
“Como
dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não
sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;”
Apocalipse 3:17
E
nós temos este mesmo senso de cobrir, de “criar roupas” e
estereótipos, numa tentativa vã de vestir as nossas próprias
almas, geralmente por meio de práticas puramente religiosas. Mas só
há uma roupa capaz de nos cobrir, e é “de cor vermelha como o
carmesim”.
Frequentemente
nós queremos cobrir a nossa nudez espiritual, por meio de
“penitências”, castigos auto impostos. O que é difícil é
aceitar que o sangue do cordeiro foi derramado para destruir a nudez
que foi iniciada lá no Éden.
Uma
vez lavados nesse sangue, ocorre uma espécie de alquimia celestial,
pois somos vestidos com tão brancas roupas, que passam a emitir luz,
a luz primordial, que estava no princípio, e que um dia encarnou
para ser a luz do mundo.
Há
uma tradição muito interessante, encontrada na Midrash:
“E
fez o Senhor Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os
vestiu.” Génesis 3:21
Na
Torá
do rabino Meir, foi encontrado escrito “túnicas de luz”. Embora
no texto original esteja escrito ´or
עור
significando
pele ou couro, há uma semelhança notável com a palavra ohr
אור
“luz”.
E
a Midrash usa esse paralelismo para ampliar o significado das roupas
feitas por Deus, que foram dadas ao homem e à mulher após terem
pecado no princípio.
O
comentarista Rabbeinu Bahya, concorda que a Peshat – o sentido
literal do texto – é que Deus fez roupas que traziam dignidade ao
casal pecador.
Entretanto,
de acordo com o entendimento de Bahya sobre a Midrash, estas eram
como se fossem vestimentas de luz, especificamente a luz fundamental,
que foi o primeiro acto da criação por Deus – “haja luz” –
a luz que existia antes do sol e da lua.
Rabbeinu
Bahya explica que como cada peça de roupa reflecte a arte de quem a
criou, esta vestimenta, feita por Deus, também reflectia o divino. A
intenção do Criador era de que o homem vivesse eternamente. Se não
tivesse desobedecido a Deus, o homem seria imortal, como os anjos.
Comer
da árvore do Conhecimento do Bem e do Mal trouxe a morte, a perda da
imortalidade, mas as roupas feitas por Deus simbolizavam uma
esperança, a promessa de que a vida eterna seria restabelecida no
futuro, mas não sem antes ser pago o preço pela redenção.
Bahya
também sugere que o homem não tinha consciência da sua nudez no
princípio, porque estava envolvido numa espécie de vestimenta
semelhante a que envolveu Moisés no Sinai, e que foi perdida com o
pecado.
Quando
Moisés desceu do monte pela segunda vez, a Torá descreve uma cena
singular:
“E
aconteceu que, descendo Moisés do monte Sinai trazia as duas tábuas
do testemunho em suas mãos, sim, quando desceu do monte, Moisés não
sabia que a pele do seu rosto resplandecia, depois que falara com
ele.” Êxodo 34:29
Rabbeinu
Bahya está aqui sugerindo que algumas vezes, as palavras ´or
“pele”, e
ohr
“luz”,
podem ser conectadas. Esta é a significância do brilho da pele do
rosto de Moisés.
A
proximidade e a intimidade que Moisés teve com Deus suscitou nele a
luz primordial, a luz que vestia o homem e a mulher no princípio, a
luz da salvação, aquela mesma que o nosso Mestre veio restaurar.
“Falou-lhes,
pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem m segue
não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” João 8:12
Moisés
pôde experimentar as roupas da salvação, sendo envolvido com a
Shekhinah
(a
divina presença),
a protecção espiritual que estava em Adão e Eva antes de terem
pecado, vestidos de luz e verdade. Mas o homem pecou, perdeu a
preciosa luz, ao ficar na escuridão deformadora do pecado.
Vivendo
o mundo pós-pecado, nós precisamos encontrar as vestimentas de luz
e verdade para as nossas almas. Na sua misericórdia, Deus olhou para
o homem com amor, e fez-lhe uma vestimenta nova.
Ao
derramar o sangue de um animal inocente para vestir o homem, já
apontava para o sacrifício vicário de Jesus, que derramou o seu
sangue inocente, para nos vestir novamente com a verdadeira luz da
salvação.
Por
isso as nossas almas se regozijam muitíssimo no Senhor, pois não
fomos abandonados, Ele nos veste com as roupas da salvação, cobriu
de uma vez por todas a nudez do pecado, nos fez íntimos, filhos de
Deus outra vez.
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