terça-feira, 11 de abril de 2017

O Jardim do Éden


Deus deu vida ao homem e imediatamente lhe deu uma casa, um lar que o Senhor pessoalmente plantou, o Jardim [do hebraico ‘gan’, área cercada]. O Éden [do hebraico ‘Eden’ ou ‘edenah’] ‘deleite’, ‘prazer’, ‘alegria’, localizava-se entre rios, originando o termo Mesopotâmia.

Os rios que circundavam e rodeavam o Jardim do Éden eram o Eufrates [do hebraico Parath, ‘frutífero’] (2750km), o rio Hidéquel [do hebraico Chiddeqel, ‘rápido’], mais conhecido como rio Tigre (1950km).

Estes rios de degelo que têm as suas nascentes nas montanhas da Arménia (Turquia, que correm no sentido sul, atravessando toda a planície da Mesopotâmia (Iraque).

A quase totalidade do território do Oriente Médio, cerca de 90% é dominado pelo clima árido. As cheias desses rios se dão entre Abril e Junho, vindo a fertilizar todo o solo da região.

Eles também serviam de bebedouro para os animais da região, já que o livro de Génesis informa que no tempo de Adão ainda não havia chovido sobre a terra.

Até nos dias de hoje no clima da região predomina a escassez de chuva, o que aumenta muito a importância da hidrografia mesopotâmica.

Devido ao tamanho imenso da área que o Jardim parecia ocupar, certamente estes rios tinham também um papel importante para a mobilidade e o transporte do homem de uma ponta a outra do Éden.

A localização dos rios Giom [do hebraico Giychown, ‘irrompendo’] e Pisom [hb. Piyshown, ‘aumento’] é desconhecida, porém o historiador judeu Flávio Josefo, na sua obra A História dos Hebreus descreve que “o jardim era regado por um grande rio, que o rodeava completamente e se dividia em quatro outros rios.”

O primeiro desses rios, chamado Pisom, que significa “plenitude” e ao qual os gregos chamam Canges, corre para a Índia e desemboca no mar. O segundo que se chama Eufrates, e Fora na nossa língua, significa “dispersão” ou “flor”, e o terceiro, a que chamam Tigre ou Diglath, que significa “estreito e rápido”, ambos desembocam no mar Vermelho. O quarto, de nome Giom, que significa “que vem do oriente”, é chamado Nilo pelos gregos e atravessa todo o Egito. “Flavio Josefo – A História dos Hebreus.

O Éden era encontrado ‘na banda do oriente’, ou seja a leste. Provavelmente no Génesis o nível dos mares era bem mais baixo. Uma das consequências do dilúvio de Noé seria a subida do nível dos mares, fazendo com que a região do Golfo fosse inundada, escondendo a localização do Jardim do Éden.

Muitos estudiosos ainda acreditam que o local do Jardim ficaria na região que hoje compreende o Iraque e que o Dilúvio o teria destruído e soterrado.


O Éden era um lar extraordinário com uma enorme diversidade de seres, com todos os melhores tipos de árvores frutíferas e plantas. Havia duas árvores realmente especiais, a Árvore da vida [do hb. ‘ets chay], que transmitia a imortalidade ao homem, e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal [do hebraico ‘ets da’ath towb ra’].

O lugar que Deus escolheu para plantar o Jardim e pôr Adão, foi o melhor em todo o planeta recém-criado. O crescente fértil, também chamado de Mesopotâmia, que ficava entre o deserto da Síria e os Montes Zagros.

Uma região onde os indivíduos tinham plena protecção, o deserto e as montanhas protegiam o jardim que ficava entre eles. Os rios Tigre, o Eufrates, o Pisom e o Giom, irrigavam a vegetação do jardim do Éden e forneciam a água potável que o homem necessitava.

A planície da Mesopotâmia, era o local ideal para se formar os primeiros núcleos humanos, pois continha alimentos, água e segurança suficientes, para que posteriormente pudesse evoluir e se transformar em vilas ainda maiores.

Além disso, a vegetação abundante do jardim, amenizava a amplitude térmica da península arábica que chegava no mesmo dia a temperaturas díspares de 50º positivos de dia, a temperaturas abaixo de zero à noite.
O Jardim, porém, mantinha a humidade e a temperatura frescas, constante e confortável tanto de dia, como de noite.


A ocupação de Adão era cultivar [do hb. Abad, ‘plantio, cultivo’] o Jardim do Éden e ser sustentado por ele. Aqui vemos um dos princípios básicos do desenvolvimento autossustentável relacionado com o meio ambiente, um assunto muito discutido e debatido actualmente.

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